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Coréia do Norte diz que sanções são declaração de guerra
Apesar de retórica, regime em Pyongyang não tem meios para reagir às medidas da ONU; Rice embarca para a Ásia
EUA e Rússia agora evocam
a possibilidade de a ditadura
comunista explodir uma
segunda bomba atômica;
China tenta baixar a tensão
DA REDAÇÃO
A Coréia do Norte qualificou
ontem como "uma declaração
de guerra" as sanções que o
Conselho de Segurança das Nações Unidas adotou contra ela
no sábado, em reação ao primeiro teste nuclear do país,
realizado no último dia 9.
O regime de Pyongyang já
havia usado a expressão "declaração de guerra" ao advertir na
semana passada a ONU para
que não votasse as sanções
-que atingem suas importações de material bélico e as viagens para o exterior de funcionários envolvidos com seu programa de defesa, além de um
embargo sobre suas importações de produtos de luxo.
"Declaração de guerra" é
uma expressão forte no direito
internacional. Significa que
Pyongyang se sente no direito
de reagir militarmente para garantir sua sobrevivência.
Trata-se, no entanto, de uma
bravata. É irrealista a hipótese
de o país atacar seus vizinhos,
como a China e a Rússia -que
votaram as sanções- ou a Coréia do Sul, salpicada de bases
militares americanas.
A ameaça norte-coreana foi
publicada pela mídia de Pyongyang, citando porta-voz do Ministério das Relações Exteriores. "É faltar ao sentido comum
a crença de que a Coréia do
Norte poderá se deixar frear
por ameaças, no momento em
que ela se tornou um Estado
com armas nucleares", disse.
Os Estados Unidos consideraram ontem plausível a possibilidade de um segundo teste
nuclear norte-coreano. O porta-voz da Casa Branca, Tony
Snow, disse que Washington
não ficaria surpreso com outro
teste, que "não seria positivo
para o regime", mas "faz parte
da personalidade" de Pyongyang.
O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Ivanov, também disse ontem não
excluir uma nova provocação
nuclear dos norte-coreanos.
Em Luxemburgo, os 25 ministros do Exterior dos países
da União Européia lançaram
um apelo para que Pyongyang
não efetue um novo teste nuclear e obedeça à moratória de
testes de mísseis.
Enquanto isso, a secretária
de Estado americana, Condoleezza Rice, deixou Washington para a viagem que a levará a
Tóquio, Seul e Pequim.
No Alasca, onde fez escala
técnica, ela disse temer que a
nuclearização da Coréia do
Norte estimule outros países
asiáticos a fazerem o mesmo.
No Japão, Rice será recebida
pelo primeiro-ministro, Shinzo
Abe, seu mais próximo aliado
na questão norte-coreana.
O Departamento de Estado
prevê um diálogo mais difícil
com o presidente da China, Hu
Jintao, a quem não interessa
que as sanções apressem o colapso de uma ditadura de modelo aparentado ao chinês.
A agência japonesa Kyodo
disse que, ao receber um grupo
de deputados japoneses, Hu
afirmou que "as coisas devem
ser feitas de tal modo que não
provoquem uma escalada".
Com agências internacionais
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