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PAQUISTÃO
Ex-premiê Benazir, anistiada por ditador, volta hoje do exílio
DA REDAÇÃO
A ex-premiê Benazir Bhutto retorna hoje ao Paquistão,
após oito anos de exílio, para
liderar o PPP (Partido do Povo Paquistanês) nas eleições
parlamentares previstas para janeiro. A chegada deve
ser marcada por uma grande
manifestação de membros e
simpatizantes do PPP, maior
legenda de oposição, há meses cortejada pelo ditador
Pervez Musharraf.
Num esforço de conciliação, Musharraf anistiou a rival histórica, processada por
corrupção. A validade do decreto, porém, ainda está sob
análise da Suprema Corte.
Ontem, em entrevista coletiva, Benazir disse não temer
as tentativas de intimidação
-que, segundo afirmou numa referência velada aos
processos, viriam "da direita,
da esquerda e do centro".
Três planos de atentados
contra Benazir, organizados
por grupos ligados à Al Quaeda e ao Taleban, já foram descobertos, segundo o governo
da Província de Sindh, principal base da ex-premiê. Cerca de 20.000 agentes farão a
segurança do caminho entre
o aeroporto de Karachi e o
local onde será realizada a
manifestação. O PPP espera
que o evento reúna um milhão de pessoas.
A volta de Benazir é acompanhada com discreto entusiasmo por Washington, que
apóia uma aliança entre o
aliado em crise e a líder pró-ocidental. O país, que possui
armas atômicas, é um parceiro estratégico para estabilizar o Afeganistão.
Os paquistaneses são céticos quanto à capacidade do
laico PPP de vencer a insurgência islâmica. Com a deportação em setembro do ex-premiê Nawaz Sharif, porém, faltam nomes de peso
para suceder o ditador, reeleito neste mês em um pleito
indireto ainda pendente de
decisão judicial.
Com agências internacionais
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