São Paulo, quinta-feira, 18 de outubro de 2007

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PAQUISTÃO

Ex-premiê Benazir, anistiada por ditador, volta hoje do exílio

DA REDAÇÃO

A ex-premiê Benazir Bhutto retorna hoje ao Paquistão, após oito anos de exílio, para liderar o PPP (Partido do Povo Paquistanês) nas eleições parlamentares previstas para janeiro. A chegada deve ser marcada por uma grande manifestação de membros e simpatizantes do PPP, maior legenda de oposição, há meses cortejada pelo ditador Pervez Musharraf.
Num esforço de conciliação, Musharraf anistiou a rival histórica, processada por corrupção. A validade do decreto, porém, ainda está sob análise da Suprema Corte. Ontem, em entrevista coletiva, Benazir disse não temer as tentativas de intimidação -que, segundo afirmou numa referência velada aos processos, viriam "da direita, da esquerda e do centro".
Três planos de atentados contra Benazir, organizados por grupos ligados à Al Quaeda e ao Taleban, já foram descobertos, segundo o governo da Província de Sindh, principal base da ex-premiê. Cerca de 20.000 agentes farão a segurança do caminho entre o aeroporto de Karachi e o local onde será realizada a manifestação. O PPP espera que o evento reúna um milhão de pessoas.
A volta de Benazir é acompanhada com discreto entusiasmo por Washington, que apóia uma aliança entre o aliado em crise e a líder pró-ocidental. O país, que possui armas atômicas, é um parceiro estratégico para estabilizar o Afeganistão.
Os paquistaneses são céticos quanto à capacidade do laico PPP de vencer a insurgência islâmica. Com a deportação em setembro do ex-premiê Nawaz Sharif, porém, faltam nomes de peso para suceder o ditador, reeleito neste mês em um pleito indireto ainda pendente de decisão judicial.


Com agências internacionais


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