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Aliança ameaça expulsar britânicos
DA REDAÇÃO
Líderes da Aliança do Norte demonstraram ontem desconfiança
em relação à presença de tropas
estrangeiras no Afeganistão. Eles
afirmaram que a maior parte das
forças britânicas que desembarcaram na semana passada em
uma base aérea ao norte de Cabul
deve deixar o país.
Para Engenheiro Arif, responsável pelo serviço de inteligência, a
utilização do território do Afeganistão como base para forças estrangeiras constitui um "problema muito sério".
"Há cerca de 85 pessoas que
chegaram, sem qualquer anúncio
prévio, em nome da ajuda humanitária coordenada pelas Nações
Unidas", afirmou Arif.
"Nossa decisão é que apenas 15
delas podem permanecer, e as outras têm que ir embora", afirmou
Arif após um encontro entre os líderes da aliança.
"Caso não seja aceito que apenas 15 pessoas permaneçam em
território afegão, então todos deverão ir embora", concluiu Arif.
Abdullah Abdullah, responsável pelas relações externas da
Aliança do Norte, já havia conversado sobre essa questão com o
ministro britânico das Relações
Exteriores, Jack Straw. Eram
aguardadas para a noite de ontem
mais conversações entre as duas
partes que pudessem levar a uma
tomada de decisão.
Cerca de cem soldados especiais
britânicos desembarcaram na base de Bagram na manhã de sexta-feira, e logo começaram a proteger o aeroporto. As forças britânicas afirmaram estar garantindo a
segurança para operações humanitárias que seriam realizadas.
A Aliança do Norte tomou controle da capital na terça-feira, depois que o Taleban, fragilizado
por mais de cinco semanas de
bombardeio norte-americano,
deixou Cabul e refugiou-se na cidade de Candahar, sua base militar e religiosa. A captura de Cabul
foi o ápice de uma ofensiva por
terra apoiada por tropas dos EUA.
Abdullah acrescentou, porém,
que a decisão em relação às tropas
britânicas não quer dizer que a
Aliança do Norte não esteja colaborando com a coalizão liderada
pelos EUA. "Nós cooperamos e
lutamos ao lado da coalizão e continuaremos a fazê-lo".
Mas Arif deixou claro, contudo,
que a oposição permanece
apreensiva em relação à postura
da coalizão.
Quando lhe foi perguntado se
estaria convencido de que as tropas haviam vindo por razões humanitárias, Arif destacou que elas
haviam desembarcado de modo
repentino e inesperado. "Se se trata de trabalhadores civis, não há
problema algum, mas o modo como chegaram é inteiramente novo. Eles não nos consultaram sobre essa questão", lamentou Arif.
Com agências internacionais
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