São Paulo, domingo, 18 de novembro de 2001

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Presidente Rabbani volta a Cabul e promete governo de coalizão

DA REDAÇÃO

O presidente afegão reconhecido pela ONU, Burhanuddin Rabbani, que vivia em um reduto da Aliança do Norte, no vale do Panshir, voltou a Cabul ontem prometendo a criação de um governo representativo no país.
"Trataremos de formar um governo de base ampla tão logo seja possível, dependendo da seriedade dos afegãos e da ONU", afirmou Rabbani em entrevista coletiva ao chegar à capital, Cabul.
Se a ONU provocar alguma demora, isso não será nossa culpa", disse Rabbani, em uma crítica velada à organização. A ONU considera que a Aliança do Norte se mostra refratária à criação de um governo com todas as facções e grupos do Afeganistão.
Na quinta-feira, agências de notícias internacionais divulgaram a chegada de Rabbani a Cabul, mas o seu retorno acabou sendo adiado para ontem.
Rabbani teve que deixar o Afeganistão depois da chegada do Taleban ao poder, em 1996, e desde então conta com o reconhecimento oficial da ONU como chefe de Estado legítimo do país.
A Aliança do Norte reiterou que deseja que Rabbani encabece um governo de transição até a convocação de eleições em um prazo de dois anos. Por outro lado, os EUA e a ONU querem que ex-rei Zahir Shah, no exílio desde o golpe de Estado de 1973, desempenhe igualmente um papel ativo na transição política do país.
No mês passado, foi selado, em Roma, um acordo entre Zahir Shah e a Aliança do Norte para a constituição de um "conselho supremo para a unidade nacional".
O conselho será encarregado da convocação de uma Loya Jirga (grande conselho, em pashtu), em que representantes de cada grupo étnico, tribal e político do país se reúnem para resolver conflitos.


Com agências internacionais


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