São Paulo, sábado, 18 de novembro de 2006

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Conservadores sustentam que EUA venceram

DA REDAÇÃO

Numa reação à crescente rejeição à guerra no Iraque e aos apelos para o retorno dos soldados, círculos políticos e militares próximos à Casa Branca voltaram, desde o final do ano passado, à tese de que os EUA não foram derrotados no Vietnã.
Segundo essa interpretação, as forças norte-vietnamitas e a guerrilha vietcong estavam derrotadas quando as últimas tropas de combate americanas deixaram o país, em 1973. O Exército sul-vietnamita, treinado pelos EUA, teria condições de deter o avanço inimigo se o Congresso americano não cortasse a ajuda militar a Saigon (hoje Ho Chi Minh) em 1975, após a renúncia do republicano Richard Nixon (1969-74).
O argumento, que está sendo retomado depois da derrota da Casa Branca nas eleições legislativas de 7 de novembro, tem implicações políticas. Em primeiro lugar, sustenta a pressão contra iniciativas do Congresso que possam precipitar uma saída do Iraque antes que os EUA sejam capazes de se dizerem vitoriosos.
Em segundo lugar, a tese pretende demonstrar que o projeto americano de estabelecer um governo estável e um Exército eficaz no Vietnã do Sul deu certo e teria sido bem-sucedido se os Estados Unidos não tivessem "traído" seus aliados. Por analogia, o mesmo sucesso pode ser obtido no Iraque desde que Washington seja persistente e evite os erros cometidos há 30 anos.
A interpretação sugere ainda que a oposição dentro dos EUA foi a única causa da vitória comunista em 1975. Portanto, o Vietnã não teria caído se os americanos tivessem controlado sua dissidência interna e usado seu poder militar com maior determinação.
No passado, a mesma tese foi defendida por Nixon e pelo ex-secretário de Estado Henry Kissinger.


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