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Clérigos pedem a todos os sunitas que deixem o governo iraquiano
Retaliação é protesto pela ordem de prisão contra religioso que vive exilado
DA REDAÇÃO
A Associação dos Clérigos
Muçulmanos pediu ontem que
todos os políticos sunitas abandonem o ministério e o Parlamento iraquianos. É a primeira
resposta à ordem de prisão decretada pelo Ministério do Interior contra o mais influente
clérigo do país, Harith Al Dhari.
A reação sunita só aumenta a
fragilidade do instável governo
do premiê Nuri Al Maliki -que
é xiita, como a maioria da população iraquiana- e pode estimular mais violência no país.
Abdul Al Kubaisi, porta-voz
da associação, disse que a ordem de prisão busca encobrir
"os atos das forças de segurança
do governo que matam dúzias
de iraquianos diariamente".
O vice-presidente Tariq Al
Hashimi, também sunita, pediu
o cancelamento imediato da
ordem de prisão, que, segundo
ele, "destrói o plano de reconciliação nacional".
O ministro do Interior, o xiita
Jawad Al Bolani, assinou a ordem de prisão na quinta-feira à
noite, declarando que Al Dhari
era procurado por incitar o terrorismo e a violência.
Mas o porta-voz do governo,
Ali Al Dabbagh, também xiita,
tentou minimizar a ordem, dizendo que era apenas para "investigação".
Em outro sinal de que xiitas e
sunitas não andam dialogando
nem sequer no gabinete, o vice-primeiro-ministro Barham Saleh disse que o ministério e o
gabinete da Presidência não estavam informados da ordem
para deter o clérigo.
O clérigo Al Dhari, um extremista sunita que não aceitou a
oferta de reconciliação proposta pelo governo para abandonar a insurgência, está há meses fora do Iraque. Ele disse que
seu pedido de prisão veio em
um momento "em que o governo se sente constrangido por
seu fracasso na segurança".
Seqüestro continua
Dois dos cinco funcionários
de uma empresa de segurança
seqüestrados anteontem foram
libertados ontem, perto da
fronteira com o Kuait, segundo
o governador da província de
Basra, Mohammed Al Waili.
Mas a informação não foi
confirmada pelas autoridades
americanas, e foi desmentida
pela polícia iraquiana.
Segundo o governador, um
dos cinco reféns (quatro americanos e um austríaco) foi encontrado morto na cidade de
Safwan. A nacionalidade da vítima ainda não foi divulgada.
Vontade de atirar
Em um tribunal do Estado
americano da Virgínia, dois ex-funcionários de uma empresa
americana prestadora de serviços de segurança no Iraque
acusaram ontem seu antigo supervisor de ter atirado contra
carros e civis iraquianos em julho passado.
Shane B. Schmidt e Charles
Sheppard, ex-militares que trabalhavam para a empresa Triple Canopy, foram demitidos
depois de terem denunciado os
tiros do chefe enquanto dirigia
em Bagdá.
"Ele parecia disposto a matar
alguém antes de deixar Bagdá",
eles contaram ao jornal "The
New York Times". "Vou matar
alguém hoje, eu nunca atirei
em alguém antes com minha
pistola", disse o supervisor, segundo os dois.
Dois veículos foram atingidos, mas os dois ex-funcionários não sabem ao certo o que
teria acontecido depois com os
passageiros.
Com agências internacionais
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