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TERRORISMO
Americanos são convidados pela primeira vez
EUA participam de reunião sobre segurança na Tríplice Fronteira
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FOZ DO IGUAÇU
Representantes dos EUA irão
participar hoje, como convidados, de reunião do Comando Tripartite da Tríplice Fronteira. É a
primeira vez que autoridades daquele país participam desse tipo
de reunião, sinalização da preocupação com a reação de Washington à possibilidade de haver
células terroristas na região, entre
Brasil, Argentina e Paraguai.
Os EUA estarão representados
pelo embaixador Cofer Black,
coordenador de Contraterrorismo do Departamento de Estado, e
por seu antecessor, o embaixador
Francis Taylor. Pelo Brasil participam representantes de Polícia Federal, Receita Federal, Coaf (Conselho de Controle de Atividades
Financeiras), Ministério de Relações Exteriores e Abin (Agência
Brasileira de Inteligência).
O Comando Tripartite, criado
em 1998, é formado por Brasil,
Argentina e Paraguai e procura,
como uma de suas principais
preocupações, coibir a lavagem
de dinheiro e o tráfico de drogas
na porosa região de fronteira.
Ontem, em Buenos Aires, as autoridades americanas já discutiram com os representantes do comando seis pontos considerados
fundamentais na atuação conjunta na Tríplice Fronteira: tráfico de
drogas, tráfico de armas, lavagem
de dinheiro, controle aduaneiro,
imigração e financiamento de atividades potencialmente associadas ao terrorismo.
Hoje pela manhã, o comando se
reúne em Puerto Iguazu (Argentina) e, depois, a delegação americana irá visitar Foz do Iguaçu
(PR) e Ciudad del Este (Paraguai).
O convite às autoridades americanas é uma tentativa dos governos da região de mostrar aos EUA
que estão atuantes. Recentemente, a imprensa americana relatou
suposta atividade terrorista na
Tríplice Fronteira.
A acusação não é nova. A Argentina acredita que tenha sido de
lá que saíram os terroristas que
atacaram entidades judaicas nos
anos 90 no país. O Brasil, por sua
vez, nega que haja movimentação
de terroristas na região.
Comprovadamente, há ligação
de membros da grande comunidade de origem árabe local com
grupos libaneses, notadamente o
Hizbollah -que os EUA classificam como terrorista. Só que eles
argumentam que a ligação é institucional, uma vez que o Hizbollah
exerce atividades parlamentares.
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