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BÁLCÃS
Biljana Plavsic se diz "assombrada" por "limpeza étnica"
Ex-líder da Bósnia faz "mea culpa" em tribunal de crimes de guerra
DA REUTERS
A ex-presidente sérvia da Bósnia Biljana Plavsic disse ontem no
tribunal da ONU em Haia que era
assombrada pelo seu papel em
promover a "limpeza étnica" na
Guerra da Bósnia (1992-1995).
Madeleine Albright, ex-secretária de Estado dos EUA, condenara
Plavsic mais cedo por apoiar a
perseguição e a expulsão de não-sérvios da Bósnia. Mas Albright
elogiou a "Dama de Ferro dos
Bálcãs" por admitir parte da culpa
pelas atrocidades que lembravam
as cometidas pelos nazistas.
"Era muito evidente, para qualquer um que estivesse assistindo,
que o que estava ocorrendo lembrava fotos da Segunda Guerra
Mundial", disse Albright, a mais
alta autoridade dos EUA a depor
na corte de crimes de guerra.
O tribunal ouviu a defesa e a
Promotoria nesta semana para
determinar uma sentença para
Plavsic depois que ela se declarou
culpada em outubro de uma acusação por crimes contra a humanidade. Não há um prazo para a
emissão da decisão. Ela pode ser
condenada à prisão perpétua.
"O conhecimento de que eu sou
responsável por tanto sofrimento
humano e por sujar o caráter de
meu povo sempre estará comigo", disse Plavsic, 72.
Plavsic é a mais alta autoridade
a admitir atrocidades e a única
mulher indiciada publicamente
nos nove anos de existência do
tribunal. Ela era a vice do líder
sérvio da Bósnia Radovan Karadzic durante a Guerra da Bósnia,
que deixou cerca de 200 mil pessoas mortas ou desaparecidas, e
assumiu o cargo m 1996, quando
ele foi forçado a deixá-lo. Ela rompeu com ele um ano depois e trabalhou, com o apoio de países
ocidentais, para derrubar os aliados de linha dura de Karadzic.
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