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análise
Cerco à OEA se delineia há tempos
NEWTON CARLOS
ESPECIAL PARA A FOLHA
A OEA (Organização dos
Estados Americanos) naufraga num mar de alternativas regionais cujo acento
maior é a exclusão dos
EUA. É o caso da proposta
de uma nova organização
de países da América Latina e e do Caribe, que se
junta a outras iniciativas
do mesmo teor, como o
Grupo do Rio e a Unasul.
Washington já fora avisada por instituições acadêmicas americanas de
que a OEA corre o risco de
perder vigência.
Seria a quebra do mais
importante elo da cadeia
de ações coletivas envolvendo América Latina e
EUA, com predominância
histórica dos americanos.
A OEA chegou a ser chamada de ministério das
colônias dos EUA.
O primeiro golpe foi dado com o Grupo do Rio,
inspirado no fracassado
Grupo de Contadora. Em
1984, países latino-americanos se reuniram na ilha
panamenha de Contadora
para encontrar soluções
para a guerra na América
Central, que se tornara
sangrenta com aberta intervenção americana.
Uma OEA sem os EUA?
Contadora chegou a concluir um texto de proposta
de paz. Mas sofreu operação de bloqueio conduzido
por Constantine Menge,
na época o encarregado da
América Latina no Conselho de Segurança Nacional
dos EUA.
A revista "Current History" divulgou documentos que estabeleciam como "estratégia do governo
Reagan" impedir negociações de paz na América
Central.
O único que importava
era derrubar os sandinistas na Nicarágua e com isso, na visão reaganiana,
traçar uma "linha de contenção do comunismo em
território americano".
Deu no escândalo de contrabando de armas para o
Irã e num quase impeachment de Reagan.
O Grupo do Rio procura
resgatar o espírito de Contadora. Ou buscar soluções latino-americanas
para problemas da América Latina. Cuba formalizou seu ingresso na cúpula
na Bahia, o que marca
mais distância da OEA.
Bush ainda tentou resgatar algo dessas relações
empoeiradas em benefício
próprio, com o seu "Pathways for Prosperity", um
discurso sobre os caminhos para a prosperidade.
Foi lançado em setembro
ante representações de alto nível de apenas 11 países
latino-americanos, nem
todos presidentes. Em
pouco tempo não se falava
mais nisso.
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