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Em dois dias,
17 são presos
no Reino Unido
MARCELO STAROBINAS
DE LONDRES
A polícia britânica prendeu ontem em Leicester
mais quatro suspeitos (entre
eles duas mulheres) de atividades ligadas à rede terrorista Al Qaeda, elevando a 17 o
número de detidos nos últimos dois dias.
Trata-se da primeira grande operação do gênero lançada pelo primeiro-ministro
Tony Blair desde a aprovação no Parlamento de leis
que ampliam os poderes do
governo para combater
ameaças terroristas.
De acordo com a nova legislação, aprovada em dezembro, as autoridades podem manter pessoas de origem estrangeira encarceradas por período indeterminado sem acusação formal.
Parte dos suspeitos detidos
na operação, entre eles os
quatro de ontem, estão sob
custódia do serviço de imigração. Ficam assim sujeitos
às penalidades da Lei de Imigração (como, por exemplo,
a deportação) e não às regras
mais rigorosas da lei antiterrorismo.
O Reino Unido, principal
aliado dos EUA na coalizão
antiterror, teme ser alvo de
ataques semelhantes aos de
11 de setembro. Dezenas de
cidadãos britânicos muçulmanos estiveram no campos
de treinamento de Osama
bin Laden no Afeganistão
-entre eles Richard Reid,
preso nos EUA após tentar
derrubar um avião detonando explosivos em seu sapato.
Relações
Anteontem, o governo britânico apresentou acusações
num tribunal a dois argelinos presos em setembro.
Baghdad Meziane, 37, está
sendo processado sob acusação de liderar a Al Qaeda
na Europa. Brahim Benmerzouga, 30, também foi oficialmente acusado de pertencer ao grupo.
Manzoor Moghal, da Federação das Organizações
Muçulmanas de Leicester
(região central da Inglaterra), disse à rede BBC que os
suspeitos detidos esta semana na cidade aparentemente
apenas viviam ali mas não
pertenciam à comunidade
islâmica local.
Uma rádio francesa, Europe 1, disse haver a possibilidade de as prisões estarem
relacionadas com planos de
ataques na França descobertos pelos serviços de inteligências europeus.
Pelo menos três muçulmanos britânicos presos lutando ao lado do Taleban foram
transferidos para a base militar americana de Guantánamo, em Cuba.
Londres vem demonstrando preocupação sobre como
esses detentos estão sendo
tratados. O Reino Unido enviou ontem representantes a
Guantánamo para verificar
as condições dos prisioneiros britânicos.
Nas Filipinas, a polícia
anunciou ontem ter prendido um indonésio suspeito de
pertencer à Al Qaeda. As autoridades acreditam que ele
fizesse parte de uma célula
que planejava ações contra
alvos americanos em Cingapura.
O homem preso, de 30
anos, confessou ter comprado cerca de uma tonelada de
explosivos numa ilha central
do arquipélago filipino, escondidos na cidade portuária de General Santos. A polícia apreendeu o material,
juntamente com 17 metralhadoras, 300 detonadores e
outros materiais utilizados
na fabricação de bombas.
Com agências internacionais
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