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Após atentado, Israel mata três
DA REDAÇÃO
Forças israelenses realizaram
ofensiva na Cisjordânia e na faixa
de Gaza ontem, aumentando o
cerco ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, e matando pelo menos três
palestinos e ferindo outros 18.
A ação foi uma retaliação à morte de seis israelenses em ataque de
um palestino pertencente ao grupo extremista Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, braço armado do
Fatah (ligado a Arafat), em em
Hadera (norte de Israel).
O atentado e a resposta israelense retomam a espiral de violência
na região, que ficou em relativa
calma até o início desta semana. O
grupo ligado ao Fatah afirma que
a ação em Hadera foi uma resposta à morte de um de seus líderes
em explosão atribuída a Israel.
O mais prejudicado com a escalada da violência é Arafat. De um
lado, o líder palestino é responsabilizado pelo governo do premiê
israelense, Ariel Sharon, por não
agir contra os grupos extremistas.
Do outro, é criticado e ameaçado
por grupos palestinos. Após 16 de
dezembro, quando pediu o fim
dos ataques contra israelenses, o
líder palestino ganhou fôlego,
mas o fim da trégua nesta semana
minou seus esforços.
Arafat está proibido por Israel
de sair de Ramallah (Cisjordânia)
desde o início de dezembro. Tanques israelenses aumentaram o
cerco ainda mais ontem, posicionando-se a apenas 30 metros do
prédio onde está o líder palestino.
Segundo o ativista de direitos
humanos palestino Mustafa Barghouti, tropas israelenses ocupavam metade de Ramallah. Um palestino foi morto quando atirava
pedras em militares israelenses.
Em um ataque com caças F-16, a
Força Aérea de Israel destruiu
uma instalação da polícia palestina em Tulkarem. Um policial foi
morto e pelo menos 18 pessoas ficaram feridas. Um palestino de 19
anos foi morto por soldados israelenses na faixa de Gaza.
O Exército israelense impusera
havia dois dias toque de recolher
nas cidades palestinas de Qalqilyah e Jenin. Nablus e Tulkarem
estão com o acesso bloqueado.
O ministro da Defesa de Israel,
Binyamin Ben Eliezer, disse que
Arafat "não está impedindo que
grupos terroristas realizem ataques contra israelenses". Por esse
motivo, o bloqueio a cidades palestinas teria se intensificado.
Anteontem, durante festa em
comemoração a um bat-mitzvá
(celebração da maioridade da
mulher judia, geralmente aos 12
anos) em Hadera, seis convidados
foram mortos por um palestino
que invadiu o salão de festas atirando. O terrorista foi morto. Cerca de 30 ficaram feridos.
O governo israelense, após o
ataque, afirmou que os palestinos
iriam "ter uma lição de que não se
esquecerão tão cedo".
Nabil Abu Rdainah, assessor de
Arafat, pediu intervenção dos
EUA para impedir que Israel continue praticando "uma política de
assassinatos e ocupações". A ANP
criticou o atentado em Hadera.
O secretário de Estado dos EUA,
Colin Powell, em viagem à Índia,
lamentou o atentado. "Pessoas
inocentes que estavam em uma
linda celebração perderam a vida
devido a um ataque terrorista."
Ao menos 809 palestinos e 246
israelenses morreram na região
devido à violência desde a eclosão
da nova Intifada (o levante palestino contra a ocupação israelense), em setembro de 2000.
Síria
O representante sírio no Conselho de Segurança da ONU comparou a demolição de casas palestinas na faixa de Gaza, realizada por
Israel, aos atentados de 11 de setembro. Os EUA classificaram a
afirmação como "infeliz".
Com agências internacionais
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