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Militantes invadem sede de sigla derrotada
DO ENVIADO A SANTIAGO
Enquanto Piñera viveu um
dia de cumprimentos ontem
-inclusive da presidente Michelle Bachelet, que o visitou
em casa-, a Concertação passava faturas internas. O processo começou na noite de domingo, quando um grupo de jovens
militantes invadiu a sede da
Democracia Cristã (DC), sigla
do derrotado Eduardo Frei.
Os militantes se trancaram
no interior do prédio e cobravam um mea-culpa público do
presidente do partido centrista, o deputado Juan Carlos Latorre, a quem culpam -entre
outros chefes da coalizão- pela
divisão da esquerda em três
candidaturas no primeiro turno. "Como está, a Concertação
não pode continuar", disse à
Folha Hector Garate, 33, presidente da juventude DC.
Diante da derrota, a aliança
terá de decidir entre se manter
como a combinação de democracia cristã e social-democracia, incorporando setores excluídos, ou se dividir entre esquerda e centro.
Para o sociólogo Eugenio Tironi, militante da aliança, a
coalizão manterá a receita básica DC-Partido Socialista, mas
terá que se abrir à sociedade civil -tese que ecoou por toda a
cúpula da aliança. "O problema
da Concertação é sua extrema
dependência do Estado."
"Os dirigentes da Concertação são, basicamente, funcionários públicos, e agora a aliança vai ter que incorporar outros
profissionais", concorda o analista Carlos Huneeus.
Para o analista Raúl Sohr, ao
defender um governo de "unidade nacional", Piñera quebra a
base da unidade da Concertação: o inimigo comum representado pela direita pinochetista. "A falta de inimigo comum é um fato desagregador. E
essa rebeldia dos jovens aporta
a essa divisão: acreditam que
parte da Concertação não foi
fiel a seu ideal progressista."
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