ANDREW BUNCOMBE
DO "THE INDEPENDENT"

A urna contendo o que Patricia Higdon acreditava ser os restos mortais de seu marido estava cheia de cinzas de madeira.
"Levamos a caixa para que fosse submetida a testes. Eu descobri, há poucos minutos, que não eram cinzas humanas", disse Higdon. "A gente torcia para ele tivesse sido um dos sortudos que foram cremados. Depois, descobrimos que ele estava deitado ali com os outros."
Higdon, 57, é uma das várias pessoas atordoadas com os eventos em Noble (Geórgia), onde há até 200 corpos em decomposição espalhados numa área próxima a um crematório.
O diretor do crematório, Ray Brent Marsh, disse à polícia que abandonou os corpos no local porque a fornalha não funcionava mais. Preso no sábado, Marsh foi liberado depois de pagar uma fiança de US$ 25 mil, mas novas acusações devem surgir.
Ninguém sabe ao certo quantos corpos podem estar escondidos no terreno do Crematório Tri-State, administrado por Marsh, 28. Até ontem, 130 corpos já haviam sido recuperados -21 deles foram identificados pelas autoridades. Alguns corpos ainda traziam etiqueta no pé.
Especialistas testaram a toxicidade da água de um lago onde mergulhadores devem procurar mais corpos. "Acho que eles vão dragar o lago primeiro", disse uma fonte local. "Disseram que a família Marsh permitia que as pessoas pescassem. De repente, foram proibidas de fazer isso."



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