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37 afegãos morrem no 2º atentado em dois dias
Ataques vão aumentar, diz Otan; mortos chegam a 140
DA REDAÇÃO
A explosão de um carro-bomba matou ontem 37 afegãos no mercado público de
Spin Boldak, cidadezinha da
Província de Candahar (sul do
país). Com o ataque, chega a
140 o número de civis mortos
nas 48 horas mais violentas
desde a queda do regime do Taleban, em 2001.
O alvo, um comboio de militares canadenses, foi apenas levemente atingido -três soldados ficaram feridos. Segundo o
governador Asadullah Khalid,
os estrangeiros ignoraram alertas de atentado dados pelo serviço de inteligência local.
Horas antes, Khalid confirmara que "mais de cem pessoas" morreram no domingo,
quando uma bomba explodiu
na multidão que assistia a uma
rinha de cães na cidade de Candahar. Entre as vítimas está o
líder de uma milícia anti-Taleban e 30 de seus homens.
Os ataques em áreas repletas
de civis indicam uma mudança
nas táticas da insurgência, afirmam especialistas. Para o cientista político Nasrullah Stanikzai, da Universidade de Cabul,
as mortes foram intencionais e
visam desestabilizar o governo.
Estrategistas militares confirmam a tendência. "Os números [de atentados] vão aumentar", disse ontem John Craddock, comandante da Otan
(aliança militar ocidental) no
país. Ele atribui o crescimento
dos ataques terroristas à incapacidade dos rebeldes de entrarem em confrontos diretos.
Craddock reconhece que a
Otan não está "vencendo rápido o bastante", mas nega ter sofrido derrotas. "Se houver uma
ofensiva [em 2008], será da
Otan, como no ano passado."
Em 2007, 6.500 pessoas foram
mortas no país -a maioria supostos militantes islâmicos.
A Província de Candahar, reduto do Taleban, foi cenário
das mais violentas batalhas. É
para lá que iriam a maior parte
dos soldados que os EUA buscam arregimentar para fortalecer a missão, que tem hoje 43
mil militares. Apesar da pressão do Pentágono, os europeus
resistem a aumentar suas tropas.
Na semana passada, o secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, pediu mais empenho dos aliados. A Otan não pode "se dar ao luxo" de poupar
alguns países das zonas de
combate, afirmou. Angela Merkel, chanceler da Alemanha
-que tem tropas no razoavelmente estável norte do Afeganistão- defendeu o papel do
país na "reconstrução" e cobrou de Cabul que expresse
com clareza suas expectativas.
Com agências internacionais
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