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TRAGÉDIA
Segundo a polícia, vítimas, que pertenciam à seita religiosa Dez Mandamentos de Deus, podem chegar a 235
Ao menos 200 se suicidam em Uganda
das agências internacionais
Pelo menos 200 membros de
uma seita religiosa de Uganda que
acreditavam que o mundo iria
acabar no ano 2000 se mataram
ateando fogo aos próprios corpos,
segundo a polícia daquele país
africano.
As autoridades afirmaram que
os mortos podem chegar a 235, no
que pode ter sido o segundo
maior suicídio em massa já registrado. Investigadores afirmaram
ter dificuldade em contar os corpos por estarem muito queimados, dificultando a identificação.
Seguidores da seita Dez Mandamentos de Deus se reuniram em
uma igreja em Kanungu, a 320
km a sudoeste da capital Campala, na última sexta-feira, afirmou a
polícia.
Os fiéis se imolaram depois de
ter passado horas cantando. "Antes desse episódio, o líder do grupo havia dito para seus seguidores
que vendessem seus bens e se preparassem para ir para o céu", afirmou um porta-voz da polícia.
"Havia famílias lá dentro, crianças pequenas", afirmou o policial
Jonathan Turyareeda.
Outra versão apresentada para
as mortes, também por fontes da
polícia, é a de que o líder da seita
teria feito com que seus seguidores entrassem na igreja e, depois,
ateado fogo ao prédio.
Se o número de vítimas for confirmado, o suicídio ritual só terá
menores proporções que o acontecido em 1978, na Guiana, sob as
ordens do reverendo norte-americano Jim Jones, que levou 914 de
seus seguidores à morte por meio
da ingestão de um suco de frutas
envenenado. Os membros da seita que se recusaram a beber o preparado foram mortos a tiros.
O reverendo havia deixado uma
inscrição sobre seu altar em Jonestown que dizia: "Aqueles que
esquecem o passado estão condenados a repeti-lo".
Apesar de as práticas tradicionais animistas e de vodu ainda
permanecerem arraigadas principalmente nas regiões afastadas
dos centros urbanos, recentemente tem-se registrado a aparição de cultos messiânicos em
Uganda.
Em setembro de 99, a polícia invadiu acampamento da seita suicida Igreja da Última Mensagem
de Advertência Mundial, com mil
membros, acusados de sequestrar
crianças e de abusar sexualmente
de menores.
A seita praticava o culto ao juízo
final, dirigido por um suposto
profeta, que havia anunciado publicamente que o fim do mundo
seria em 99.
Em novembro, a polícia de
Uganda dispersou uma reunião
ilegal de outra seita, formada por
adeptos da jovem Nabassa Gwajwa, 19. Ela afirmava que havia
morrido em 96, mas que Deus a
enviara novamente à Terra para
levar o seu povo ao arrependimento antes do ano 2000.
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