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NARCOTRÁFICO
Justo Pastor Perafán, considerado o principal traficante em liberdade, estava na Venezuela e se diz inocente
Preso o colombiano mais procurado
das agências internacionais
A polícia venezuelana prendeu
na tarde de anteontem Justo Pastor
Perafán, apontado como o principal narcotraficante colombiano
ainda em liberdade. Ele negou as
acusações e disse que é vítima de
perseguição política.
Perafán, 50, foi preso em San
Cristóbal, na fronteira com a Colômbia. Ele e duas outras pessoas
entravam em um carro quando foram abordados. Não ofereceram
resistência. O colombiano foi levado para Caracas, a capital.
O general Gerardo Brice¤o García, chefe da Guarda Nacional venezuelana na região, disse que a
prisão foi dificultada porque o retrato divulgado pela Colômbia tinha pouca relação com seu real aspecto físico.
Ao ser detido, ele tinha documentos em nome de Rafael Cruz
-o governo colombiano diz que
era um passaporte colombiano,
mas a agência "Associated Press"
diz que ele tentava se passar por
cidadão venezuelano.
A Colômbia procurava o suposto
narcotraficante havia quase um
ano e oferecia uma recompensa de
US$ 500 mil pela captura de Perafán. Há indícios de que ele seja o
chefe dos traficantes de cocaína do
cartel de Bogotá e Popayán (capital
do Departamento do Cauca).
Mas, na verdade, não há nenhuma acusação formal de narcotráfico contra ele. A Procuradoria Geral pede a sua prisão por enriquecimento ilícito e falsificação de documento público. O órgão disse
que ainda está investigando sua ligação com o narcotráfico e lavagem de dinheiro.
Perafán afirma que fugiu para a
Venezuela para evitar extorsões de
representantes do Ministério Público -ele não identificou os
agentes, mas disse que cobravam o
equivalente a US$ 300 mil para não
incomodá-lo.
As autoridades colombianas calculam sua fortuna em US$ 1 bilhão, segundo a "France Presse".
Ele é dono de uma cadeia de hotéis
em várias regiões turísticas da Colômbia, de uma companhia exportadora de café e de uma empresa de
comunicações.
Em 1994, ele foi condecorado pelo Congresso por sua atuação empresarial. Na campanha de 1989,
ele fez doações de US$ 2.800 ao
ex-ministro da Defesa Guillermo
Alberto González, que na época
era candidato a deputado.
Desde a prisão dos sete líderes do
cartel de Cali, Perafán passou a ser
o homem mais procurado da Colômbia.
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