São Paulo, sábado, 19 de abril de 1997.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NARCOTRÁFICO
Justo Pastor Perafán, considerado o principal traficante em liberdade, estava na Venezuela e se diz inocente
Preso o colombiano mais procurado

das agências internacionais

A polícia venezuelana prendeu na tarde de anteontem Justo Pastor Perafán, apontado como o principal narcotraficante colombiano ainda em liberdade. Ele negou as acusações e disse que é vítima de perseguição política.
Perafán, 50, foi preso em San Cristóbal, na fronteira com a Colômbia. Ele e duas outras pessoas entravam em um carro quando foram abordados. Não ofereceram resistência. O colombiano foi levado para Caracas, a capital.
O general Gerardo Brice¤o García, chefe da Guarda Nacional venezuelana na região, disse que a prisão foi dificultada porque o retrato divulgado pela Colômbia tinha pouca relação com seu real aspecto físico.
Ao ser detido, ele tinha documentos em nome de Rafael Cruz -o governo colombiano diz que era um passaporte colombiano, mas a agência "Associated Press" diz que ele tentava se passar por cidadão venezuelano.
A Colômbia procurava o suposto narcotraficante havia quase um ano e oferecia uma recompensa de US$ 500 mil pela captura de Perafán. Há indícios de que ele seja o chefe dos traficantes de cocaína do cartel de Bogotá e Popayán (capital do Departamento do Cauca).
Mas, na verdade, não há nenhuma acusação formal de narcotráfico contra ele. A Procuradoria Geral pede a sua prisão por enriquecimento ilícito e falsificação de documento público. O órgão disse que ainda está investigando sua ligação com o narcotráfico e lavagem de dinheiro.
Perafán afirma que fugiu para a Venezuela para evitar extorsões de representantes do Ministério Público -ele não identificou os agentes, mas disse que cobravam o equivalente a US$ 300 mil para não incomodá-lo.
As autoridades colombianas calculam sua fortuna em US$ 1 bilhão, segundo a "France Presse". Ele é dono de uma cadeia de hotéis em várias regiões turísticas da Colômbia, de uma companhia exportadora de café e de uma empresa de comunicações.
Em 1994, ele foi condecorado pelo Congresso por sua atuação empresarial. Na campanha de 1989, ele fez doações de US$ 2.800 ao ex-ministro da Defesa Guillermo Alberto González, que na época era candidato a deputado.
Desde a prisão dos sete líderes do cartel de Cali, Perafán passou a ser o homem mais procurado da Colômbia.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright 1997 Empresa Folha da Manhã