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OEA não cobra nada de Chávez
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
Esvaziada, a sessão especial da
Assembléia Geral da Organização
dos Estados Americanos divulgou ontem resolução favorável ao
governo de Hugo Chávez, em que
exorta o presidente venezuelano a
manter sua promessa de respeitar
os princípios democráticos.
A Folha apurou que havia uma
facção que defendia uma resolução mais contundente, que exigisse garantias à regras democráticas. O grupo, do qual o Brasil não
fazia parte, perdeu a força devido
ao tom positivo do relatório do
enviado especial à Venezuela.
Segundo o texto do secretário-geral da entidade, Cesar Gaviria,
Chávez tem falado em "refletir,
retificar, emendar, sem ânimos
revanchistas nem perseguições".
Gaviria afirmou ainda acreditar,
"até que se prove o contrário",
que os organizadores da manifestação convocada pela oposição no
dia 11 de abril são diferentes dos
que tentaram dar o golpe.
"Podemos afirmar que o governo que estava só em fase de instauração, sem nenhuma legitimidade democrática, foi fruto de decisões tomadas pelos militares."
Por fim, o relatório registra as
queixas da oposição e da imprensa, que diz temer os círculos bolivarianos. Propõe ainda que a
OEA ajude o país.
A proposta virou resolução.
"Mas não será nos moldes do que
ocorreu no Peru em 2000", disse à
Folha o embaixador brasileiro
junto à OEA, Valter Pecly. A resolução apenas oferece ajuda "se o
governo venezuelano requisitar".
A maior parte dos 34 países-membros não mandou chanceler,
como maneira de esvaziar a reunião, que era defendida principalmente pelos EUA.
Reforçando sua posição de distanciamento da Venezuela, o país
mandou o subsecretário de Estado Otto Reich -em vez do embaixador junto à OEA. O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, que tinha acabado de chegar
a Washington após um giro pelo
Oriente Médio, foi à sessão especial da entidade.
(SD)
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