São Paulo, quinta-feira, 19 de maio de 2011

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Strauss-Kahn "imaginou" falsa denúncia de estupro

Dirigente do FMI preso por agressão sexual supôs que seria alvo de acusação

Ele afirmou ao jornal "Libération", em abril, que denúncia forjada poderia ser trava à sua ambição presidencial


ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, preso desde o último sábado em Nova York, acusado de agressão sexual contra uma camareira no hotel em que se hospedava, afirmou em entrevista no mês passado que imaginava a possibilidade de uma mulher mentir que fora atacada sexualmente por ele.
Ele disse conseguir imaginar um cenário em que "uma mulher que tivesse sido estuprada num estacionamento e que receberia uma oferta de 500 mil ou 1 milhão para inventar a história".
A entrevista foi realizada no dia 28 de abril pelo diário francês "Libération" e publicada na segunda-feira.
Na reportagem, ele comenta que dificuldades enfrentaria numa possível campanha para presidente da França (ele aparecia como o favorito para o pleito do ano que vem): "Dinheiro, mulheres e meu judaísmo".
Sobre o segundo aspecto, Strauss-Kahn afirma: "Sim, eu adoro as mulheres, e daí? Há anos [meus rivais] falam sobre fotos de orgias enormes, mas não vi nenhuma. Por que não as mostram?".
O dirigente teve o seu pedido de fiança negado na segunda, sob a alegação de que poderia fugir dos EUA -ele ofereceu US$ 1 milhão.
Seus advogados entraram ontem com novo pedido, no qual Strauss-Kahn se dispõe, além do pagamento da fiança, a ter os passos monitorados eletronicamente. O pedido deverá ser analisado hoje.
A camareira de 32 anos que denunciou a agressão depôs ontem, segundo o "New York Times", mas não havia, até a conclusão desta edição, mais detalhes.
O advogado negou reportagem publicada pelo "New York Post" segundo a qual sua cliente mora com a filha em um prédio exclusivo para pessoas soropositivas.
O jornal francês "Figaro" disse ontem que haveria outro funcionário de limpeza do hotel no quarto de Strauss-Kahn minutos antes da suposta agressão.
O funcionário, segundo o "Figaro", disse que a porta do quarto estava aberta, e que a camareira não usou a chave a para entrar.
Se averiguado, o testemunho do funcionário seria o único a ser levado em conta, já que, segundo o jornal, os corredores do hotel não têm câmeras de segurança.
O jornal britânico "The Times" publicou nova denúncia contra Strauss-Kahn, sem identificar a fonte. Uma jornalista europeia diz ter sido insistentemente abordada pelo dirigente do FMI, que lhe oferecia uma entrevista em troca de favores sexuais.


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