São Paulo, quarta-feira, 19 de junho de 2002

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Bush mantém anúncio de plano de paz

DA REDAÇÃO

Um porta-voz da Casa Branca disse que o atentado suicida de ontem em Jerusalém não deve alterar os planos do presidente George W. Bush de anunciar nesta semana um novo plano de paz para a região.
O conteúdo de sua proposta também não será afetado, disse o porta-voz Scott McClellan, apesar de autoridades do país ressaltarem que o terrorismo diminui as perspectivas de paz.
A iniciativa dos EUA, segundo afirmam jornais israelenses e americanos, incluiria a criação de um Estado palestino "provisório", comprometido em promover reformas institucionais e negociar nos próximos anos uma resolução definitiva para o conflito.
"Temos de fazer tudo o que pudermos (...) para avançar rumo a dois Estados vivendo em paz", afirmou McClellan. "E não vamos perder de vista esse enfoque."
Tanto israelenses quanto palestinos criticaram nos últimos dias a idéia de um Estado "provisório". O premiê de Israel, Ariel Sharon, voltou a criticar indiretamente essa sugestão ontem. Ao visitar os destroços do ônibus atingido pelo suicida, Sharon declarou: "É interessante [imaginar" que tipo de Estado palestino eles pretendem criar. Do que eles estão falando?"
O diário árabe editado em Londres "Al Hayat", citando fontes egípcias, disse que Bush já adiantou detalhes de seu plano aos governo de Israel e Egito. Um Estado palestino seria declarado nas áreas A e B (zonas sob total controle administrativo da Autoridade Nacional Palestina) e reconhecido pela ONU, segundo o diário.
Bush estuda enviar ao Oriente Médio, na próxima semana, o secretário de Estado, Colin Powell.
Funcionários da Casa Branca disseram que ele já analisava essa hipótese mesmo antes do atentado em Jerusalém. O anúncio da ida de Powell seria uma forma de Washington pressionar Israel a moderar em sua nova ofensiva contra os palestinos em retaliação à ação de ontem.
A missão de Powell teria como objetivo convencer as partes a apoiar a iniciativa de paz que Bush pretende anunciar, além de promover a idéia da realização de uma conferência internacional de paz no verão do hemisfério Norte (inverno no Brasil).


Com agências internacionais

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