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Cinco se imolam em protesto contra a França
DA REDAÇÃO
O Mujahedin Khalq, um dos
principais grupos de oposição ao
governo do Irã, havia planejado
ataques contra representações diplomáticas do país na Europa e
em outras regiões, disse ontem o
chefe do serviço de inteligência da
França, Pierre de Bousquet de
Florian. A declaração foi feita um
dia após operação que prendeu
159 simpatizantes do grupo, acusado de terrorismo.
Ontem, mais três manifestantes
iranianos se incendiaram em Paris, em protesto contra a operação
da polícia francesa. Todos ficaram
gravemente feridos.
Outros dois manifestantes colocaram fogo no próprio corpo em
Londres e em Berna (Suíça), em
frente das embaixadas francesas
nessas cidades. Nenhum deles
morreu.
Anteontem, um homem já havia se incendiado diante do consulado francês em Londres. Ele foi
internado em estado grave.
Liberados
Depois dos protestos, o chefe da
polícia de Paris, Jean-Paul Proust,
proibiu manifestações do grupo
iraniano "por causa dos atos de
suicídio" e disse que eventuais
manifestantes serão presos.
"O Mujahedin Khalq estava se
preparando para realizar ataques
fora do Irã", disse Bousquet de
Florian. Ele disse, no entanto, que
não havia planos de ataque dentro do território francês.
Principal grupo opositor do regime islâmico do Irã, o Mujahedin Khalq é considerado uma organização terrorista pelos EUA e
pela União Européia.
Apesar dos protestos, ontem
apenas 26 das 159 pessoas presas
na operação de terça-feira continuavam detidas. Entre os que
continuam sob custódia está a líder Maryam Rajavi, mulher do
chefe do Mujahedin Khalq, Massoud Rajavi. Ela é designada pelo
movimento como "a futura presidente do Irã".
A polícia apreendeu entre US$ 8
milhões e US$ 9 milhões em dinheiro vivo durante a operação,
informou Bousquet de Florian.
O principal local invadido pela
operação foi um complexo em
Auvers-Sur-Oise, no norte de Paris, que durante anos serviu como
o quartel-general do Mujahedin
Khalq.
"Eles estavam transformando
Auvers-Sur-Oise em um centro
operacional de terrorismo", disse
Bousquet de Florian.
Anteontem, o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, disse que o
grupo planeja fazer da França
uma "base de retaguarda".
De acordo com Bousquet de
Florian, os ataques planejados pelo Mujahedin Khalq são resultado
do revés sofrido no Iraque, onde o
grupo mantinha um grupo bem
equipado para lançar ataques ao
vizinho Irã.
A ação da França causou elogios
tanto de Teerã quanto de Washington -algo raro, dada a crise
entre os países. Os EUA aplaudiram os esforços da França contra
o terrorismo; o Irã disse que Paris
deu "um passo positivo".
Com agências internacionais
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