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São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2003

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Cinco se imolam em protesto contra a França

DA REDAÇÃO

O Mujahedin Khalq, um dos principais grupos de oposição ao governo do Irã, havia planejado ataques contra representações diplomáticas do país na Europa e em outras regiões, disse ontem o chefe do serviço de inteligência da França, Pierre de Bousquet de Florian. A declaração foi feita um dia após operação que prendeu 159 simpatizantes do grupo, acusado de terrorismo.
Ontem, mais três manifestantes iranianos se incendiaram em Paris, em protesto contra a operação da polícia francesa. Todos ficaram gravemente feridos.
Outros dois manifestantes colocaram fogo no próprio corpo em Londres e em Berna (Suíça), em frente das embaixadas francesas nessas cidades. Nenhum deles morreu.
Anteontem, um homem já havia se incendiado diante do consulado francês em Londres. Ele foi internado em estado grave.

Liberados
Depois dos protestos, o chefe da polícia de Paris, Jean-Paul Proust, proibiu manifestações do grupo iraniano "por causa dos atos de suicídio" e disse que eventuais manifestantes serão presos.
"O Mujahedin Khalq estava se preparando para realizar ataques fora do Irã", disse Bousquet de Florian. Ele disse, no entanto, que não havia planos de ataque dentro do território francês.
Principal grupo opositor do regime islâmico do Irã, o Mujahedin Khalq é considerado uma organização terrorista pelos EUA e pela União Européia.
Apesar dos protestos, ontem apenas 26 das 159 pessoas presas na operação de terça-feira continuavam detidas. Entre os que continuam sob custódia está a líder Maryam Rajavi, mulher do chefe do Mujahedin Khalq, Massoud Rajavi. Ela é designada pelo movimento como "a futura presidente do Irã".
A polícia apreendeu entre US$ 8 milhões e US$ 9 milhões em dinheiro vivo durante a operação, informou Bousquet de Florian.
O principal local invadido pela operação foi um complexo em Auvers-Sur-Oise, no norte de Paris, que durante anos serviu como o quartel-general do Mujahedin Khalq.
"Eles estavam transformando Auvers-Sur-Oise em um centro operacional de terrorismo", disse Bousquet de Florian.
Anteontem, o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, disse que o grupo planeja fazer da França uma "base de retaguarda".
De acordo com Bousquet de Florian, os ataques planejados pelo Mujahedin Khalq são resultado do revés sofrido no Iraque, onde o grupo mantinha um grupo bem equipado para lançar ataques ao vizinho Irã.
A ação da França causou elogios tanto de Teerã quanto de Washington -algo raro, dada a crise entre os países. Os EUA aplaudiram os esforços da França contra o terrorismo; o Irã disse que Paris deu "um passo positivo".


Com agências internacionais


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