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São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2003

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PAZ SOB ATAQUE

Sharon não confirmou informação, feita por fontes da área de segurança; cessar-fogo palestino está próximo

Israel pode suspender ataques a lideranças terroristas

DA REDAÇÃO

O plano de paz deve ganhar novo fôlego caso ações palestinas e israelenses que visam a redução na violência sejam concretizadas.
Cedendo a pressões americanas, Israel pode suspender os ataques contra as lideranças dos grupos terroristas palestinos. As ações contra alvos palestinos ficariam restritas a militantes que forem considerados uma ameaça iminente à segurança israelense.
No lado palestino, o premiê Abu Mazen manteve ontem uma série de encontros com líderes dos grupos terroristas, gerando otimismo em relação a um cessar-fogo.
A informação de que os israelenses suspenderiam os ataques contra líderes terroristas, divulgada por fontes da área de segurança de Israel, não foi comentada pelo premiê Ariel Sharon.
O acordo teria sido acertado entre autoridades de segurança israelenses e americanas em encontro na Casa Branca e acontece pouco antes da chegada do secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, à região, amanhã.
No último dia 10, Israel realizou ataque aéreo contra Abdel Aziz Rantissi, principal liderança da ala política do Hamas. A ação provocou fortes protestos entre os palestinos e até mesmo críticas do governo americano.
No dia seguinte, o grupo terrorista cometeu atentado em Jerusalém, matando 17, no episódio mais grave da onda de violência na semana passada, em ação que pode ter sido uma resposta ao ataque a Rantissi.
Em discurso para um grupo judaico internacional, Sharon não mencionou a suposta trégua. O premiê voltou a afirmar que não irá colocar em risco a segurança israelense e que a implementação do plano de paz depende do fim do terrorismo.
Ismail Haniyah, um dos porta-vozes do Hamas, afirmou que o gesto israelense é inócuo. "Indica que eles continuarão com os assassinatos. Rejeitamos a classificação de quem pode ser morto. Os assassinatos devem acabar, e as forças israelenses devem partir", disse Haniyah, em Gaza.

Palestinos
Mazen propôs ontem aos grupos terroristas palestinos que eles se unam em torno de uma liderança compartilhada para representá-los politicamente, segundo afirmou Ismail Abu Shanab, um dos líderes do Hamas que se encontrou com o premiê.
Essa liderança seria comandada pelo presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat, hoje afastado formalmente das negociações com Israel. O objetivo seria tirar esses grupos do terrorismo e levá-los para a negociação política, sem confronto.
Arafat, apesar de ainda possuir um papel ativo entre os palestinos, não é aceito por Israel e EUA nas negociações de paz.
Entre os palestinos, havia otimismo sobre um cessar-fogo na ações contra israelenses. Mas atentado anteontem matou uma menina de sete anos perto da fronteira de Israel com a Cisjordânia. A ação, assumida pelas Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, interrompeu a relativa calmaria dos últimos dias.
O novo plano de paz para a região exige que a ANP combata o terrorismo e Israel, paralelamente, diminua as restrições aos palestinos e congele a construção de assentamentos judaicos. Ao fim das negociações de temas mais complexos, o Estado palestino deve ser criado em 2005.
A possível libertação de Marwan Barghouti, um dos líderes da Intifada e do Fatah (facção política de Arafat e Mazen), acabou não se confirmando ontem. Ele está preso em Israel, onde é processado por envolvimento com atividades terroristas.


Com agências internacionais


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