DE WASHINGTON

"Viver nos Estados Unidos é um privilégio, e não um direito." Esse é o tema da primeira publicação do governo americano para os estrangeiros que desejam morar no país. Lançado na segunda-feira, o livreto "Bem-vindo aos Estados Unidos: Um guia para novos imigrantes" contém desde as obrigações de pagar os impostos para assegurar o vínculo com o país até a permissão de portar sua própria arma, caso não haja legislação estadual em contrário.
O livro se assemelha a uma lição de moral e cívica. Possui trechos da história americana e, o mais importante, os conceitos nos quais se baseiam o país, como a liberdade civil. Com 112 páginas, está disponível na internet em inglês, espanhol, chinês e vietnamita. Nos próximos dias, há previsão de traduzi-lo ainda para português, coreano, russo, árabe, francês e creole haitiano.
O guia ressalta que todo os residentes devem informar ao DHS (Departamento de Segurança Interna) as mudanças de endereço em um prazo máximo de 10 dias. E que todos entre 18 e 26 anos devem se alistar nas Forças Armadas. O serviço militar, porém, não é obrigatório.
A parte relativa aos serviços é bem ampla, informando escolas onde estudar inglês, como conseguir um emprego e uma casa e até dicas de como elaborar o seu currículo.
Para assegurar que todos saibam o momento pelo qual passam os EUA, o guia descreve cada um dos alertas de terrorismo -verde (baixo), azul (risco geral), amarelo (risco significativo), laranja (alto risco) e vermelho (risco severo). Na sexta-feira, a avaliação do DHS era de alerta laranja.
Na área destinada a explicar a formação dos EUA, o imigrante pode aprender o significado das estrelas e listras da bandeira americana, a Constituição do país, o que significa democracia, a história desde a criação das Treze Colônias até os dias de hoje e que trabalho cabe ao Executivo, ao Legislativo e ao Judiciário.
O guia incentiva os novos moradores a participar de atividades do bairro e conhecer os vizinhos, indicando que esse comportamento torna a comunidade mais segura. Em alguns locais, informa o texto, os vizinhos se revezam vigiando as ruas durante a noite, e a participação do imigrante nesse tipo de trabalho voluntário ajudaria em sua adaptação.
Em alguns momentos, por conter informações tão básicas, o guia passa a impressão de ingenuidade, como quando orienta como cuidar do próprio dinheiro. "Não é seguro deixar grandes somas de dinheiro em sua casa. Também não é seguro carregar por aí grandes quantidades de dinheiro. Seu dinheiro está protegido quando guardado em um banco que seja membro da FDIC [Corporação Federal de Seguros de Depósitos]." (IURI DANTAS)


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