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ORIENTE MÉDIO
Após atentados na Cisjordânia e em Tel Aviv, governo decide manter ocupação militar de cidades palestinas
Israel suspende planos de aliviar cerco
DA REDAÇÃO
Israel suspendeu ontem seus planos de aliviar a ocupação militar da Cisjordânia e retomar o diálogo com os palestinos. A decisão veio em resposta a dois novos
ataques terroristas que deixaram ao menos 11 civis mortos entre
terça e quarta-feira.
A última ação, com dois suicidas do Jihad Islâmico no centro
de Tel Aviv, encerrou um período
de quase um mês de relativa tranquilidade em território israelense.
O ministro da Defesa, Binyamin
Ben Eliezer, anunciou ontem a
mudança de planos de seu governo. "Israel se esforça o máximo
que pode para melhorar as condições para a população palestina,
mas o terror palestino continua a
perpetuar o seu sofrimento", declarou o ministro.
O Exército reocupou 7 das 8
principais cidades da Cisjordânia
em ofensiva iniciada em 19 de junho, lançada para impedir a entrada de extremistas suicidas no
país após dois grandes atentados
terem matado 26 pessoas em Jerusalém. Segundo a TV israelense, o Exército já se prepara para a
possibilidade de permanecer nos
territórios palestinos até 2003.
Israel e EUA exigem reformas
institucionais na Autoridade Nacional Palestina (ANP) e o afastamento de seu presidente, Iasser
Arafat, acusado de envolvimento
com o terrorismo, como condição
para promover negociações para
a criação de um Estado palestino.
O secretário de Estado americano, Colin Powell, anunciou ontem
nomes de funcionários da ANP
com quem o seu governo aceita
dialogar: o ministro das Finanças,
Salam Faiad, e o do Interior, Abdel Razzak al-Yahya.
"Esses são dois indivíduos que
parecem não só tentar trabalhar
por mudanças, como também parecem exercer autoridade", disse
Powell. Uma porta-voz da chancelaria israelense elogiou a declaração, dizendo que ambos parecem agir com moderação.
Um político próximo a Arafat,
Nabil Abu Rdainah, também gostou do tom do discurso. Segundo
ele, como esses dois ministros foram apontados diretamente por
Arafat, os EUA estaria assim aceitando "negociar indiretamente
com o presidente [Arafat"".
Israel ressaltou que, embora esteja satisfeito com o surgimento
de elementos moderados na ANP,
as conversas continuam congeladas enquanto o terrorismo não
estiver controlado. "Como você
pode ter diálogo enquanto enterra os seus mortos?", indagou Raanan Gissin, porta-voz do premiê
Ariel Sharon.
Num encontro em Washington
com os chanceleres de três aliados
árabes dos EUA -Egito, Jordânia
e Arábia Saudita- Powell reafirmou a intenção de seu país de
buscar uma solução política que
leve à criação de um Estado palestino dentro de três anos.
Líderes árabes discordam em
público das tentativas de EUA e
Israel de isolar Arafat. "Iasser
Arafat é, na nossa opinião, o único líder com autoridade para assinar um acordo com os israelenses
e implementá-lo. Na atual situação, não pode haver substituto",
afirmou Ahmed Maher, chanceler egípcio.
Com agências internacionais
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