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São Paulo, sábado, 19 de julho de 2003

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EUA revêem casos de Guantánamo

DA REDAÇÃO

Os EUA suspenderam ontem o julgamento militar de dois britânicos e um australiano que estão presos na base de Guantánamo, em Cuba, suspeitos de envolvimento com o terrorismo.
Eles faziam parte de um primeiro grupo de seis suspeitos que os EUA haviam anunciado que passariam por julgamento militar em Guantánamo. Os outros três são um sudanês, um iemenita e um paquistanês. Não foram divulgadas informações sobre as situações dos três restantes.
Reino Unido e Austrália foram os maiores aliados dos EUA na Guerra do Iraque.
Os EUA mantêm mais de 600 prisioneiros de 42 países na base naval em Cuba. Desde o ano passado, o local tem recebido suspeitos de terrorismo e de serem da rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden, capturados no Afeganistão e em outros lugares.
Os prisioneiros são mantidos em Guantánamo e interrogados sem acusação formal e sem contato com advogados.
Ontem, também foram libertados 37 prisioneiros, que vão ser levados para o Afeganistão. Cerca de dez novos detidos chegaram à base. As nacionalidades dos envolvidos e os motivos das libertações não foram divulgados.
A situação dos britânicos Feroz Abbasi, 23, e Moazzam Begg, 35, do australiano Daryl Williams -nome fornecido pela Austrália- e dos demais prisioneiros dos dois países vai ser tratada em negociações dos EUA com os respectivos governos. Mais sete cidadãos do Reino Unido são mantidos presos em Guantánamo.
O governo britânico anunciou que a medida foi definida em conversa anteontem nos EUA entre o premiê Tony Blair e o presidente americano, George W. Bush. "As preocupações do primeiro-ministro foram ouvidas, e acreditamos que esse é o melhor caminho a seguir", disse um porta-voz.
A concessão obtida por Blair ainda não satisfez os que fazem campanha a favor de Abbasi e Begg. Eles querem que o premiê continue a pressionar os EUA para melhorar as condições da prisão e permitir que os julgamentos sejam no Reino Unido.
"É preciso urgentemente dar acesso a um advogado e a um médico independente", disse Louise Christian, contratada pela família de Abbasi para defendê-lo. "Feroz está preso há 18 meses, e temos preocupação com sua sanidade."
Para o britânico Stephen Jakobi, da entidade Julgamentos Justos no Exterior, os tribunais militares não podem ser usados porque Bush, a principal autoridade militar dos EUA, já emitiu opinião a respeito. No domingo, Bush disse: "A única coisa que sei com certeza é que são pessoas más".


Com agências internacionais


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