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EUA revêem casos de Guantánamo
DA REDAÇÃO
Os EUA suspenderam ontem o
julgamento militar de dois britânicos e um australiano que estão
presos na base de Guantánamo,
em Cuba, suspeitos de envolvimento com o terrorismo.
Eles faziam parte de um primeiro grupo de seis suspeitos que os
EUA haviam anunciado que passariam por julgamento militar em
Guantánamo. Os outros três são
um sudanês, um iemenita e um
paquistanês. Não foram divulgadas informações sobre as situações dos três restantes.
Reino Unido e Austrália foram
os maiores aliados dos EUA na
Guerra do Iraque.
Os EUA mantêm mais de 600
prisioneiros de 42 países na base
naval em Cuba. Desde o ano passado, o local tem recebido suspeitos de terrorismo e de serem da
rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden, capturados no Afeganistão e em outros lugares.
Os prisioneiros são mantidos
em Guantánamo e interrogados
sem acusação formal e sem contato com advogados.
Ontem, também foram libertados 37 prisioneiros, que vão ser levados para o Afeganistão. Cerca
de dez novos detidos chegaram à
base. As nacionalidades dos envolvidos e os motivos das libertações não foram divulgados.
A situação dos britânicos Feroz
Abbasi, 23, e Moazzam Begg, 35,
do australiano Daryl Williams
-nome fornecido pela Austrália- e dos demais prisioneiros
dos dois países vai ser tratada em
negociações dos EUA com os respectivos governos. Mais sete cidadãos do Reino Unido são mantidos presos em Guantánamo.
O governo britânico anunciou
que a medida foi definida em conversa anteontem nos EUA entre o
premiê Tony Blair e o presidente
americano, George W. Bush. "As
preocupações do primeiro-ministro foram ouvidas, e acreditamos que esse é o melhor caminho
a seguir", disse um porta-voz.
A concessão obtida por Blair
ainda não satisfez os que fazem
campanha a favor de Abbasi e
Begg. Eles querem que o premiê
continue a pressionar os EUA para melhorar as condições da prisão e permitir que os julgamentos
sejam no Reino Unido.
"É preciso urgentemente dar
acesso a um advogado e a um médico independente", disse Louise
Christian, contratada pela família
de Abbasi para defendê-lo. "Feroz
está preso há 18 meses, e temos
preocupação com sua sanidade."
Para o britânico Stephen Jakobi,
da entidade Julgamentos Justos
no Exterior, os tribunais militares
não podem ser usados porque
Bush, a principal autoridade militar dos EUA, já emitiu opinião a
respeito. No domingo, Bush disse:
"A única coisa que sei com certeza
é que são pessoas más".
Com agências internacionais
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