|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AMÉRICA LATINA
Em seu primeiro dia no poder, Duarte pede o fim da "identificação nefasta" das Forças Armadas com a corrupção
Presidente paraguaio muda cúpula militar
DA REDAÇÃO
Em seu primeiro dia útil como
presidente do Paraguai, Nicanor
Duarte Frutos mudou o comando
das Forças Armadas do país, com
a designação do general Key Kanazawa, descendente de japoneses, como novo comandante. Em
sua mensagem aos militares,
Duarte pediu o fim da "identificação nefasta" das Forças Armadas
com grupos de poder e com a corrupção.
"Peço a vocês que se esforcem
diariamente, que dediquem um
empenho cotidiano para que
nunca mais no Paraguai as armas
pagas pelo povo sejam empregadas contra o povo para perpetuar
privilégios e cristalizar a pobreza e
a miséria", disse.
Kanazawa, cujo nome sofre resistências de parte da cúpula militar do país, substitui o general Expedito Garrigoza. Duarte também
substituiu os comandantes das
três Forças. O general Luis Bareiro
foi nomeado comandante do
Exército, o vice-almirante César
Báez assumiu a Marinha e o general Roberto Vera ficou no comando da Força Aérea.
O novo ministro da Defesa, Carlos Romero, anunciou em entrevista coletiva que "haverá uma
reestruturação geral nas Forças
Armadas". "Vamos modernizar o
Exército. Será suprimido o serviço de inteligência, que é um organismo inútil", disse.
Afirmou, ainda, que não houve
delito de corrupção que não tenha
sido cometido, nas Forças Armadas e no Ministério da Defesa, durante o governo de Luis González
Macchi (1999-2003).
González Macchi, pertencente,
como Duarte, ao Partido Colorado, no poder desde 1947, está impedido de sair do país pela Justiça,
por conta de acusações de corrupção. O ex-presidente, que nega as
acusações e diz não ter nada a esconder, é acusado pelo desvio de
US$ 16 milhões e pelo uso de um
carro roubado no Brasil.
Segundo o ministro da Defesa,
95% do montante previsto para
combustíveis no orçamento das
Forças Armadas já foi gasto pelo
governo passado. Ele disse ainda
que, na semana passada, poucos
dias antes da posse de Duarte, "liberaram 2.000 cheques para supostos fornecedores".
Ao assumir a Presidência, na
sexta-feira, Duarte afirmou que
combaterá a corrupção no Estado
e que, em seu governo, "regerá o
império da lei", para atacar a impunidade.
Analistas vêem como positivos
alguns sinais dados pelo novo
presidente, como a mudança nas
Forças Armadas e a nomeação,
para postos-chave, de pessoas
sem acusações e não ligadas à máquina do Partido Colorado.
Mas muitos ainda duvidam da
capacidade que ele terá para enfrentar os grandes grupos políticos e econômicos que vivem da
ilegalidade e que mantêm fortes
vínculos dentro do Partido Colorado -alguns dos quais o apoiaram e participaram ativamente de
sua campanha presidencial.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Auxiliar de Blair criticou acusação contra o Iraque Próximo Texto: África: Acordo de paz que pode pôr fim à guerra civil na Libéria é assinado Índice
|