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Washington confirma acordo sobre bases
Hillary recebe colega colombiano e reitera que pacto mira tráfico e que EUA não controlarão instalações
DA REDAÇÃO
O governo dos EUA anunciou ontem ter fechado, de maneira provisória, o acordo com
a Colômbia que permitirá aos
militares americanos usarem
sete bases militares no país "e
outras instalações militares, se
mutuamente acordado".
Os termos do acerto estão
"sob revisão final prévia à assinatura", que deve demorar algumas semanas, segundo documento distribuído pelo governo Barack Obama. A Chancelaria colombiana já havia anunciado a conclusão das negociações na sexta-feira.
Ontem, a secretária de Estado, Hillary Clinton, recebeu o
colega colombiano, Jaime Bermúdez, em Washington, e repetiu que os EUA não terão o
controle das bases. Disse que o
acordo é bilateral e "não tem
nada a ver" com outros países.
Questionada sobre as críticas
e reparos de Brasil, e de Venezuela sobre a parceria, Hillary
disse que os países têm de "entender o que o acordo é e reconhecer o que ele não é".
"Queria também pedir aos
países que realmente nos ajudem nessa luta. Não fiquem só
de fora e certamente não contribuam para os problemas fazendo e dizendo coisas que solapam os esforços que nossos
governos estão fazendo para
tentar proteger a região inteira
dos narcotraficantes", disse Hillary, numa crítica ao presidente venezuelano, Hugo Chávez.
Bogotá acusa Chávez de
apoiar as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e cobra explicações sobre o
achado de armas venezuelanas
com a guerrilha em 2008.
Ao lado de Hillary, o chanceler Jaime Bermúdez disse que o
acordo respeitará a "integridade territorial" dos países. A
afirmação é importante por
conta do precedente de 2008,
quando a Colômbia atacou uma
base das Farc no Equador.
Imunidade
O documento sobre o "Acordo de Cooperação de Defesa"
reitera que o acerto apenas
"aprofunda" e "harmoniza" as
parcerias que o país já tem com
Bogotá desde 1952.
Frisa que "todas as atividades conduzidas a partir das bases colombianas ocorrerão com
o apoio prévio expresso do governo colombiano".
No texto, o primeiro formal
distribuído pelos EUA sobre as
negociações, Washington diz
que a presença de militares e civis contratados pelo Pentágono
na Colômbia está em declínio e
que a "expectativa" e o "compromisso" do país é que essa
tendência se mantenha.
Atualmente, o Congresso
americano permite que até 800
militares e até 600 civis contratados estejam na Colômbia.
Críticos do acordo, entre
analistas e integrantes dos governos da região, dizem que,
como o acordo é de dez anos e o
documento não determina que
tipo de operações conjuntas os
dois países podem realizar, os
vizinhos não têm como prever
que tipo de atitude terão os futuros governos colombianos.
O texto diz ainda que o acordo servirá para garantir "proteção e status apropriado" aos
militares e civis americanos na
Colômbia. Internamente, uma
das controvérsias do tema é a
imunidade legal para o contingente. Bermúdez diz que essa
imunidade será "parcial".
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