São Paulo, sexta-feira, 19 de agosto de 2011

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Sem Mubarak, subiu risco para país no Sinai

DE JERUSALÉM

Há cerca de três meses, o carro que levava a reportagem da Folha na faixa de Gaza foi parado por um policial do grupo islâmico Hamas na região de Rafah, perto da fronteira com o Egito, conhecida por abrigar uma vasta rede de túneis.
"Alguém vai viajar para o Egito?", indagou o policial de forma burocrática. A "viagem" a que se referia era pelos túneis, que nos últimos anos se converteram na maior indústria de Gaza e em seu principal canal de comunicação com o mundo.
O episódio ilustra a facilidade com que é feito o fluxo de bens e pessoas pelas passagens subterrâneas criadas para driblar o bloqueio imposto por Israel desde 2007.
Por um preço que varia em média entre R$ 350 e R$ 800, segundo o nível de segurança do túnel, qualquer pessoa disposta a desafiar a claustrofobia pode escapar de Gaza e ingressar clandestinamente no Egito.
Com a renúncia do ditador Hosni Mubarak, em fevereiro, a facilidade aumentou, já que a presença do Exército egípcio na península do Sinai definhou. Um general egípcio admitiu que estado de "anarquia" na região.
Isso tem levado à livre ação de contrabandistas e também dos sabotadores, que explodiram várias vezes o gasoduto que abastece Israel e Jordânia nos seis meses.
Para o governo israelense, tal estado de anarquia tornou-se um sério problema de segurança, numa fronteira que durante anos era garantida pelo regime de Mubarak. Os ataques de ontem comprovam essa vulnerabilidade, afirmou o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak.
"Esse grave ataque terrorista reflete o enfraquecimento do controle egípcio no Sinai e ampliação das ações de elementos terroristas", disse Barak. "Esse terror teve origem em Gaza." (MN)


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