São Paulo, sexta-feira, 19 de agosto de 2011

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EUA pedem saída imediata de ditador sírio

Líderes europeus também se posicionam contra Bashar Assad, sugerindo que "lide com a rejeição e renuncie"

Obama anuncia uma série de sanções, incluindo o embargo da compra de petróleo de Damasco e derivados

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

Os EUA e líderes europeus pediram ontem a saída do ditador sírio, Bashar Assad, e Washington anunciou uma série de sanções contra o regime, inclusive o embargo da compra de petróleo.
A decisão foi tomada depois dos relatos de que 25 manifestantes foram mortos anteontem, mesmo dia em que Assad disse ao secretário- geral da ONU, Ban Ki-moon, ter cessado a repressão.
"Nós temos dito firmemente que Assad precisa liderar uma transição democrática ou sair do caminho", disse Barack Obama, presidente dos EUA. "Ele não liderou. Pelo bem do povo sírio, chegou a hora de Assad sair."
O governo Obama também anunciou ontem o congelamento de ativos sírios nos EUA e a proibição de investimento americano no país, assim como da importação de petróleo e seus derivados.
Na Europa, o premiê britânico, David Cameron, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, divulgaram comunicado em que pedem que Assad "lide com a realidade da completa rejeição do seu regime e renuncie".
A União Europeia vai se reunir hoje e, caso opte pelas mesmas sanções, poderá haver forte impacto nas contas sírias. O petróleo é responsável por aproximadamente um terço das receitas do governo e quase todo o produto tem como destino a Europa.
Na ONU, a alta comissária de Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu ao Conselho de Segurança que encaminhe a Síria para o Tribunal Penal Internacional para que investigue as mortes nos últimos cinco meses -cerca de 2.000, desde o início dos protestos.
De acordo com o relatório apresentado, todos os indícios apontam para violações dos direitos humanos e para crimes contra a humanidade.
Após a apresentação do documento, Reino Unido, França, Portugal e Alemanha disseram que vão apresentar resolução do Conselho de Segurança com sanções. Na visão deles, houve recrudescimento da violência após a ONU aprovar declaração presidencial há duas semanas.
A resolução precisa ter apoio de China e Rússia, que têm poder de veto na ONU e já se manifestaram contra uma resolução mesmo quando ela não previa sanções.
Para a embaixadora brasileira na ONU, Regina Dunlop, "as sanções não só fragilizariam parte de um grupo que deveria conversar, mas, pior, atingiriam a população".
A Folha apurou que o Brasil não descarta apoiar resolução com sanções à Síria.


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