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Chirac quer poder para iraquianos "em meses"
DA REDAÇÃO
O presidente da França, Jacques
Chirac, voltou a defender ontem
-após reunião com o chanceler
(premiê) alemão, Gerhard Schröder, em Berlim- que os EUA devolvam o poder aos iraquianos
"em meses, não anos".
Chirac e Schröder, que lideraram a oposição à Guerra do Iraque e exigem que os EUA dêem
mais poder à ONU como condição para participar da reconstrução do país, admitiram ontem
ajudar no treinamento de soldados e policiais iraquianos.
No sábado, terão um encontro
com o premiê britânico, Tony
Blair, principal aliado dos EUA no
conflito, para tentar cicatrizar as
feridas provocadas pela divisão
entre os três principais países europeus em relação ao Iraque.
Chirac disse que tanto a França
quanto a Alemanha estão preocupadas com a situação no Iraque
pós-Saddam Hussein. "Achamos
que uma abordagem baseada
apenas na segurança não conseguirá restaurar a estabilidade no
Iraque. (...) Precisamos nos mover em direção a uma solução política, que signifique uma transferência rápida, sob controle da
ONU, das responsabilidades governamentais para o atual organismo de governo iraquiano."
No encontro, Schröder levantou a possibilidade de treinar as
forças de segurança iraquianas.
"Se o chanceler confirmar essa
posição, a França tomará a mesma decisão", disse Chirac.
Washington apresentará nos
próximos dias ao Conselho de Segurança da ONU uma nova proposta de resolução para o Iraque,
que deverá dar às Nações Unidas
um papel mais abrangente em
troca de colaboração internacional, em tropas e recursos financeiros, para a estabilização do país.
Ontem, o presidente George W.
Bush disse que a aprovação da nova resolução deve demorar e provavelmente só acontecerá após a
Assembléia Geral da ONU, que
começou nesta semana, em Nova
York. Bush discursará na ONU na
semana que vem.
"A resolução da ONU precisa
promover uma transferência ordenada de soberania para um governo [iraquiano] eleito livremente com base em uma Constituição", disse Bush.
Os EUA têm dito que também
são favoráveis à transferência de
poder, mas que o processo leva
tempo e não pode ser feito de forma apressada.
Os americanos esperam aproveitar a Assembléia Geral, que é
aberta aos 191 países-membros da
ONU, para buscar um maior consenso internacional em relação ao
futuro do Iraque.
Com agências internacionais
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