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São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 2003

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Chirac quer poder para iraquianos "em meses"

DA REDAÇÃO

O presidente da França, Jacques Chirac, voltou a defender ontem -após reunião com o chanceler (premiê) alemão, Gerhard Schröder, em Berlim- que os EUA devolvam o poder aos iraquianos "em meses, não anos".
Chirac e Schröder, que lideraram a oposição à Guerra do Iraque e exigem que os EUA dêem mais poder à ONU como condição para participar da reconstrução do país, admitiram ontem ajudar no treinamento de soldados e policiais iraquianos.
No sábado, terão um encontro com o premiê britânico, Tony Blair, principal aliado dos EUA no conflito, para tentar cicatrizar as feridas provocadas pela divisão entre os três principais países europeus em relação ao Iraque.
Chirac disse que tanto a França quanto a Alemanha estão preocupadas com a situação no Iraque pós-Saddam Hussein. "Achamos que uma abordagem baseada apenas na segurança não conseguirá restaurar a estabilidade no Iraque. (...) Precisamos nos mover em direção a uma solução política, que signifique uma transferência rápida, sob controle da ONU, das responsabilidades governamentais para o atual organismo de governo iraquiano."
No encontro, Schröder levantou a possibilidade de treinar as forças de segurança iraquianas. "Se o chanceler confirmar essa posição, a França tomará a mesma decisão", disse Chirac.
Washington apresentará nos próximos dias ao Conselho de Segurança da ONU uma nova proposta de resolução para o Iraque, que deverá dar às Nações Unidas um papel mais abrangente em troca de colaboração internacional, em tropas e recursos financeiros, para a estabilização do país.
Ontem, o presidente George W. Bush disse que a aprovação da nova resolução deve demorar e provavelmente só acontecerá após a Assembléia Geral da ONU, que começou nesta semana, em Nova York. Bush discursará na ONU na semana que vem.
"A resolução da ONU precisa promover uma transferência ordenada de soberania para um governo [iraquiano] eleito livremente com base em uma Constituição", disse Bush.
Os EUA têm dito que também são favoráveis à transferência de poder, mas que o processo leva tempo e não pode ser feito de forma apressada.
Os americanos esperam aproveitar a Assembléia Geral, que é aberta aos 191 países-membros da ONU, para buscar um maior consenso internacional em relação ao futuro do Iraque.


Com agências internacionais

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