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IRAQUE SOB TUTELA
Ex-comandante disse ao Pentágono, em carta obtida pelo "Post", que estoque reduzido de peças minou ações
General alertou sobre penúria militar
DA REDAÇÃO
Os militares dos EUA enfrentaram problemas com a falta de peças de reposição de equipamentos
militares -inclusive de helicópteros de combate e de tanques-,
prejudicando as operações americanas no Iraque.
A informação está em carta enviada, em dezembro de 2003, pelo
então comandante das forças
americanas no Iraque, Ricardo
Sanchéz, ao Pentágono, segundo
reportagem publicada ontem no
diário "The Washington Post",
que teve acesso à carta.
"Não é possível manter operações de combate com as taxas [de
estoque de peças de reposição]
nos níveis atuais", disse à época o
general americano, que foi responsável pelo comando das forças dos EUA no Iraque entre meados de 2003 e meados de 2004.
A situação atual está substancialmente melhor, afirmou ao
"Washington Post" Gary Motsek,
vice-diretor de operações do Comando de Materiais do Exército.
Em alguns casos, a reposição de
peças chegou a demorar 40 dias
-mais do que o triplo da média
americana-, segundo disse o general Sanchéz.
Procurado pelo "Washington
Post", Sanchéz não respondeu.
Atualmente, o general está na sua
base permanente na Alemanha.
Antes da divulgação da carta
com as reclamações de Sanchéz,
Paul Bremmer, que era o administrador civil do Iraque até junho, havia afirmado que o número de militares dos EUA no país
era menor do que o necessário.
Pacificação
O premiê iraquiano, Ayad Allawi, anunciou ontem uma ajuda
humanitária de US$ 2 milhões para Fallujah, segundo informações
da France Presse.
A agência de notícias não deu
detalhes dessa operação, que foi
divulgada no mesmo dia em que
o assessor de Segurança Nacional
iraquiano, Kassim Daoud, voltou
a ameaçar a cidade sunita caso os
moradores não entreguem o terrorista jordaniano Abu Musab al
Zarqawi e os seus seguidores do
grupo Tawhid e Jihad.
Ontem as forças americanas libertaram o xeque Khaled el Jumeili, que vinha representando os
moradores de Fallujah nas negociações com os EUA até ser preso,
na sexta-feira passada.
Após ser solto, Jumeili criticou a
proposta de paz do governo interino do Iraque, que tem o amparo
dos americanos no pedido para a
entrega de Al Zarqawi.
"Acho que os moradores de Fallujah não querem esse tipo de
paz. Eles querem uma paz real,
não uma que age pelas costas e
ataca e destrói casas, matando
mulheres e crianças", disse.
Segundo ele, por enquanto, as
negociações estão suspensas. Mas
a sua libertação pode estar ligada
a uma retomada nas negociações
para o fim da violência na cidade,
que é um dos principais bastiões
anti-EUA no Iraque.
Questionado sobre quais as
provas que o governo tem de que
Al Zarqawi opera em Fallujah, o
assessor de Segurança Nacional
disse: "Muitos de seus seguidores
estão lá. A prova é essa".
Daoud também anunciou um
programa do governo para que a
população entregue pacificamente as suas armas em troca de anistia. Sistema similar já está sendo
usado no distrito de Sadr City, em
Bagdá, onde os militantes que entregam as armas recebem dinheiro em troca.
A Casa Branca afirmou ontem
que autoridades iraquianas e comandantes americanos no Iraque
rejeitaram oferta feita pela Arábia
Saudita de enviar soldados para o
país em uma força de manutenção da paz islâmica. Segundo o
porta-voz da Casa Branca, Scott
McClellan, o governo iraquiano
expressou "preocupações" com a
possibilidade de um país vizinho
enviar tropas ao país.
Com agências internacionais
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