São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 2005

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TRAGÉDIA NA ÁSIA

Fluxo de pessoas visa facilitar ajuda

Paquistão e Índia chegam a acordo para abrir fronteira na Caxemira

DA REDAÇÃO

A tragédia produzida pelo terremoto que atingiu o sul da Ásia no último dia 8 teve ao menos um efeito colateral benéfico: fez melhorarem as conflituosas relações diplomáticas entre o Paquistão e a Índia, os dois países mais afetados pelo tremor.
A Índia atendeu ontem o pedido do ditador paquistanês, Pervez Musharraf, de abertura da fronteira entre as regiões controladas pelos dois países na Caxemira.
A intenção da iniciativa é permitir que as pessoas atingidas pelo tremor possam transitar livremente pela região, militarmente controlada. A área, a mais afetada pelo abalo sísmico, é foco de disputa entre os dois países -além da China- e foi palco de vários conflitos entre paquistaneses e indianos nos últimos anos.
"Nós decidimos permitir que qualquer um cruze a Linha de Controle [que separa a Caxemira paquistanesa da indiana] em direção à nossa parte da Caxemira a fim de encontrar seus parentes e ajudar no esforço de reconstrução", disse Musharraf. "Se a Índia estiver de acordo, gostaríamos de agilizar as formalidades", completou o presidente do Paquistão.
"Nós acolhemos a oferta", respondeu um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores indiano. "A Índia está ansiosa para facilitar esse trânsito."
As restrições mútuas entre indianos e paquistaneses não foram, no entanto, completamente postas de lado. O Paquistão pediu que a Índia enviasse helicópteros para serem usados na assistência às pessoas afetadas pelo terremoto, mas sem pilotos ou nenhum outro militar a bordo, pois Musharraf não quer a participação de soldados indianos no trabalho de ajuda humanitária. A Índia se recusou a aceitar essa condição.
Números oficiais indicam que, no Paquistão, ao menos 41 mil pessoas morreram em razão do tremor, que atingiu 7,6 graus na escala Richter. Na Índia, já foram contados 1.300 mortos. Segundo a ONU, cerca de 3 milhões de pessoas ficaram desabrigadas.
Segundo James Morris, diretor-executivo do Programa Mundial de Alimentos da ONU, embora ajuda já tenha chegado a centenas de milhares de pessoas, "há cerca de meio milhão que ninguém conseguiu alcançar e que precisam desesperadamente de ajuda".


Com agências internacionais

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