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TRAGÉDIA NA ÁSIA
Fluxo de pessoas visa facilitar ajuda
Paquistão e Índia chegam a acordo para abrir fronteira na Caxemira
DA REDAÇÃO
A tragédia produzida pelo terremoto que atingiu o sul da Ásia
no último dia 8 teve ao menos um
efeito colateral benéfico: fez melhorarem as conflituosas relações
diplomáticas entre o Paquistão e a
Índia, os dois países mais afetados
pelo tremor.
A Índia atendeu ontem o pedido do ditador paquistanês, Pervez
Musharraf, de abertura da fronteira entre as regiões controladas
pelos dois países na Caxemira.
A intenção da iniciativa é permitir que as pessoas atingidas pelo tremor possam transitar livremente pela região, militarmente
controlada. A área, a mais afetada
pelo abalo sísmico, é foco de disputa entre os dois países -além
da China- e foi palco de vários
conflitos entre paquistaneses e indianos nos últimos anos.
"Nós decidimos permitir que
qualquer um cruze a Linha de
Controle [que separa a Caxemira
paquistanesa da indiana] em direção à nossa parte da Caxemira a
fim de encontrar seus parentes e
ajudar no esforço de reconstrução", disse Musharraf. "Se a Índia
estiver de acordo, gostaríamos de
agilizar as formalidades", completou o presidente do Paquistão.
"Nós acolhemos a oferta", respondeu um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores indiano. "A Índia está ansiosa para
facilitar esse trânsito."
As restrições mútuas entre indianos e paquistaneses não foram, no entanto, completamente
postas de lado. O Paquistão pediu
que a Índia enviasse helicópteros
para serem usados na assistência
às pessoas afetadas pelo terremoto, mas sem pilotos ou nenhum
outro militar a bordo, pois Musharraf não quer a participação de
soldados indianos no trabalho de
ajuda humanitária. A Índia se recusou a aceitar essa condição.
Números oficiais indicam que,
no Paquistão, ao menos 41 mil
pessoas morreram em razão do
tremor, que atingiu 7,6 graus na
escala Richter. Na Índia, já foram
contados 1.300 mortos. Segundo a
ONU, cerca de 3 milhões de pessoas ficaram desabrigadas.
Segundo James Morris, diretor-executivo do Programa Mundial
de Alimentos da ONU, embora
ajuda já tenha chegado a centenas
de milhares de pessoas, "há cerca
de meio milhão que ninguém
conseguiu alcançar e que precisam desesperadamente de ajuda".
Com agências internacionais
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