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Espanha cancela a venda de 12 aviões encomendados por Chávez
Veto dos EUA ao uso de peças de tecnologia americana tornou custo inviável
DA REDAÇÃO
O ministro de Assuntos Exteriores espanhol, Miguel Ángel
Moratinos, afirmou ontem que
o plano da Espanha de vender
12 aviões militares à Venezuela
tornou-se inviável devido a
custos comerciais. Por isso, teve que ser cancelado.
A transação -acertada entre
os dois países em 28 de novembro de 2005- seria realizada
apesar das objeções dos Estados Unidos. Entretanto, o veto
norte-americano ao uso nos
aviões espanhóis de tecnologia
desenvolvida nos EUA terminou por inviabilizar a venda.
Washington alega que Chávez poderia utilizar os aviões
para fomentar a instabilidade
na América do Sul.
A fabricante de aviões EADS-CASA havia tentado substituir
os componentes, mas a tentativa terminou por se revelar muito cara. De acordo com a empresa, o contrato sofreria um
aumento estimado entre 12 e 15
milhões de euros.
Segundo Moratinos, tanto a
Espanha quanto a Venezuela
concordaram em cancelar a
transação. "O esforço financeiro necessário para nos adaptarmos às novas necessidades tecnológicas não valia a pena."
O vice-presidente da Venezuela, José Vicente Rangel, que
anunciou em Madri o cancelamento, afirmou "lamentar
enormemente" o fim da transação. "Os EUA impuseram uma
série de normas que impedem a
venda desses aviões à Venezuela", disse.
Para Tom Baranauskas, analista de defesa para a América
Latina da Forecast International -firma que presta consultoria à indústria de defesa norte-americana-, os esforços dos
Estados Unidos para inviabilizar as vendas de armamentos à
Venezuela podem fazer com
que o presidente venezuelano
estreite seus laços com a Rússia
e a China.
Nos últimos meses, a Venezuela já firmou acordos com
Rússia, China e Ucrânia para a
compra de armas. Da primeira,
encomendou 53 helicópteros,
24 caças Sukoy e 100 mil rifles
Kalashnikov. Da segunda, um
equipamento de radar. Da terceira, um sistema não-especificado de defesa.
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