São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 2006

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Espanha cancela a venda de 12 aviões encomendados por Chávez

Veto dos EUA ao uso de peças de tecnologia americana tornou custo inviável

DA REDAÇÃO

O ministro de Assuntos Exteriores espanhol, Miguel Ángel Moratinos, afirmou ontem que o plano da Espanha de vender 12 aviões militares à Venezuela tornou-se inviável devido a custos comerciais. Por isso, teve que ser cancelado.
A transação -acertada entre os dois países em 28 de novembro de 2005- seria realizada apesar das objeções dos Estados Unidos. Entretanto, o veto norte-americano ao uso nos aviões espanhóis de tecnologia desenvolvida nos EUA terminou por inviabilizar a venda.
Washington alega que Chávez poderia utilizar os aviões para fomentar a instabilidade na América do Sul.
A fabricante de aviões EADS-CASA havia tentado substituir os componentes, mas a tentativa terminou por se revelar muito cara. De acordo com a empresa, o contrato sofreria um aumento estimado entre 12 e 15 milhões de euros.
Segundo Moratinos, tanto a Espanha quanto a Venezuela concordaram em cancelar a transação. "O esforço financeiro necessário para nos adaptarmos às novas necessidades tecnológicas não valia a pena."
O vice-presidente da Venezuela, José Vicente Rangel, que anunciou em Madri o cancelamento, afirmou "lamentar enormemente" o fim da transação. "Os EUA impuseram uma série de normas que impedem a venda desses aviões à Venezuela", disse.
Para Tom Baranauskas, analista de defesa para a América Latina da Forecast International -firma que presta consultoria à indústria de defesa norte-americana-, os esforços dos Estados Unidos para inviabilizar as vendas de armamentos à Venezuela podem fazer com que o presidente venezuelano estreite seus laços com a Rússia e a China.
Nos últimos meses, a Venezuela já firmou acordos com Rússia, China e Ucrânia para a compra de armas. Da primeira, encomendou 53 helicópteros, 24 caças Sukoy e 100 mil rifles Kalashnikov. Da segunda, um equipamento de radar. Da terceira, um sistema não-especificado de defesa.


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