São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 2011

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Venezuela multa emissora de oposição por cobertura de motim

Globovisión terá de pagar R$ 3,8 milhões; SIP condena medida

FERNANDO RODRIGUES
FLÁVIA MARREIRO

ENVIADOS ESPECIAIS A LIMA

A Conatel (Comissão Nacional de Telecomunicações) da Venezuela impôs ontem multa equivalente a R$ 3,8 milhões à TV oposicionista Globovisión como pena por supostamente ter feito "apologia ao crime" e incitado "à agitação civil" durante a cobertura da rebelião do presídio Rodeo 2, em junho.
O presidente da Conatel, Pedro Maldonado, afirmou que a multa equivale a 7,5% do faturamento bruto da emissora em 2010 e que a sanção é executável de forma imediata. A TV pode recorrer da medida na Justiça.
A vice-presidente da Globovisión, María Fernanda Flores, afirmou que a multa é "impagável" e acusou o governo de querer "quebrar moralmente" o canal, um dos mais ferrenhos críticos do presidente Hugo Chávez e alvo de várias sanções. Segundo a Conatel, a Globovisión exibiu mais de 300 vezes depoimentos dramáticos de familiares dos detidos no Rodeo 2. O governo perdeu o controle do presídio no começo de junho e a rebelião se arrastou por um mês. A SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) criticou duramente a decisão.
"É uma medida para estrangular financeiramente [a TV]", afirmou Milton Coleman, do "Washington Post", eleito novo presidente da entidade durante a 67ª Assembleia Geral da SIP encerrada ontem, em Lima, no Peru. A organização, que representa jornais e revistas do continente, aprovou 14 resoluções, entre elas um texto que cobra o fim da impunidade de crimes contra jornalistas no Brasil e na região.
Cinco páginas são dedicadas a 19 casos de assassinatos de jornalistas brasileiros nas últimas décadas. De acordo com o levantamento da SIP, 24 jornalistas foram assassinados na região em 2011 -4 no Brasil. A SIP também exigiu o fim da censura ao "O Estado de S. Paulo", proibido de publicar reportagens sobre operação da PF que cita familiares de José Sarney (PMDB-AP).


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