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ÁSIA
Frase teria sido mal interpretada
Pyongyang nega ter dito que tem arma nuclear
DA REDAÇÃO
A Coréia do Norte retificou ontem uma informação divulgada
num programa de rádio controverso, veiculado anteontem, que
confundiu e preocupou seus vizinhos e a comunidade internacional em geral ao, supostamente,
confirmar publicamente -pela
primeira vez na história- que o
país possui armas nucleares.
O novo comunicado norte-coreano visa a pôr fim às preocupações com uma eventual corrida
armamentista na região ou com a
possibilidade de que Pyongyang
realize testes com mísseis.
Anteontem, surpreendentemente, uma rádio estatal causou
espanto na comunidade internacional ao veicular uma afirmação
que parecia confirmar que o governo norte-coreano possui armas nucleares, algo que colocaria
a região em estado de alerta.
Porém outra rádio estatal afirmou ontem que Pyongyang acredita que o país "tenha o direito"
de ter armas nucleares. Essa mudança -sutil, é verdade- deverá
acalmar um pouco a tensão na região, porém ainda coloca os norte-coreanos em situação complicada em relação aos EUA, à Coréia do Sul e ao Japão.
A afirmação divulgada anteontem dizia que a Coréia do Norte
tinha desenvolvido "medidas militares de defesa poderosas, incluindo armas nucleares", para lidar com o que chamava de "crescentes ameaças nucleares" feitas
pela administração americana.
Após analistas sul-coreanos e
japoneses dizerem que essa afirmação poderia ter sido mal interpretada pela imprensa internacional, a Estação Central Coreana
de Radiodifusão divulgou a nova
versão da frase de anteontem.
"Para salvaguardar nossa soberania e nosso direito à existência,
temos o direito de ter acesso a medidas militares de defesa poderosas, incluindo armas nucleares",
dizia o comunicado oficial.
Em outubro, o Ministério das
Relações Exteriores norte-coreano também afirmou que o país
"tinha o direito" de ter armas nucleares. Assim, a retificação de ontem não foi uma novidade para a
administração americana.
Ainda em outubro, Washington
disse que a Coréia do Norte tinha
reconhecido que possuía um programa de produção de urânio
enriquecido, um componente-chave das armas nucleares.
O presidente dos EUA, George
W. Bush, pediu várias vezes a
Pyongyang que pusesse fim a seu
programa nuclear, afirmando
que, sem isso, a Coréia do Norte
teria problemas. Em 1994, a Coréia do Norte concordou em congelar seu programa nuclear.
Em janeiro passado, Bush incluiu a Coréia do Norte -ao lado
do Iraque e do Irã- no que chamou de "eixo do mal".
Com agências internacionais
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