São Paulo, terça-feira, 19 de novembro de 2002

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ÁSIA

Frase teria sido mal interpretada

Pyongyang nega ter dito que tem arma nuclear

DA REDAÇÃO

A Coréia do Norte retificou ontem uma informação divulgada num programa de rádio controverso, veiculado anteontem, que confundiu e preocupou seus vizinhos e a comunidade internacional em geral ao, supostamente, confirmar publicamente -pela primeira vez na história- que o país possui armas nucleares.
O novo comunicado norte-coreano visa a pôr fim às preocupações com uma eventual corrida armamentista na região ou com a possibilidade de que Pyongyang realize testes com mísseis.
Anteontem, surpreendentemente, uma rádio estatal causou espanto na comunidade internacional ao veicular uma afirmação que parecia confirmar que o governo norte-coreano possui armas nucleares, algo que colocaria a região em estado de alerta.
Porém outra rádio estatal afirmou ontem que Pyongyang acredita que o país "tenha o direito" de ter armas nucleares. Essa mudança -sutil, é verdade- deverá acalmar um pouco a tensão na região, porém ainda coloca os norte-coreanos em situação complicada em relação aos EUA, à Coréia do Sul e ao Japão.
A afirmação divulgada anteontem dizia que a Coréia do Norte tinha desenvolvido "medidas militares de defesa poderosas, incluindo armas nucleares", para lidar com o que chamava de "crescentes ameaças nucleares" feitas pela administração americana.
Após analistas sul-coreanos e japoneses dizerem que essa afirmação poderia ter sido mal interpretada pela imprensa internacional, a Estação Central Coreana de Radiodifusão divulgou a nova versão da frase de anteontem.
"Para salvaguardar nossa soberania e nosso direito à existência, temos o direito de ter acesso a medidas militares de defesa poderosas, incluindo armas nucleares", dizia o comunicado oficial.
Em outubro, o Ministério das Relações Exteriores norte-coreano também afirmou que o país "tinha o direito" de ter armas nucleares. Assim, a retificação de ontem não foi uma novidade para a administração americana.
Ainda em outubro, Washington disse que a Coréia do Norte tinha reconhecido que possuía um programa de produção de urânio enriquecido, um componente-chave das armas nucleares.
O presidente dos EUA, George W. Bush, pediu várias vezes a Pyongyang que pusesse fim a seu programa nuclear, afirmando que, sem isso, a Coréia do Norte teria problemas. Em 1994, a Coréia do Norte concordou em congelar seu programa nuclear.
Em janeiro passado, Bush incluiu a Coréia do Norte -ao lado do Iraque e do Irã- no que chamou de "eixo do mal".


Com agências internacionais


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