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IRAQUE OCUPADO
Tropas americanas alvejam posições dos insurgentes no noroeste, usando caças, helicópteros e tanques
EUA fazem o maior ataque do pós-guerra
DA REDAÇÃO
Os EUA realizaram ontem o
maior bombardeio aéreo no Iraque desde que o presidente George W. Bush anunciou o fim dos
principais combates, em 1º de
maio. Os alvos foram supostas
posições da resistência iraquiana
no noroeste do país. Não há informações sobre mortos.
A retomada das operações militares mais ostensivas no Iraque é a
resposta americana ao crescente
número de ataques sofridos por
suas tropas nas últimas semanas
-desde o anúncio de Bush, o país
sofreu 179 baixas em ações hostis.
Ontem, o comando dos EUA
anunciou a morte de um civil
americano em um ataque na véspera em Bagdá, sem dar detalhes.
Um dos alvos dos bombardeios
foi Baquba, 50 km a nordeste de
Bagdá. Usando bombas de até 225
kg, caças, helicópteros e tanques,
os americanos explodiram prédios abandonados e muros, além
de destruírem árvores, ao longo
de uma estrada que ficou conhecida como "Corredor das Granadas-Foguetes", tantos foram os
ataques sofridos pelos EUA ali.
"Já havíamos atacado esses alvos antes, mas isso serviu para
mostrar mais uma vez que temos
grande poder de fogo e que podemos usá-lo a nosso critério", disse
o coronel Mark Young, da 4ª Divisão de Infantaria.
Em Bagdá, dezenas de explosões foram ouvidas à noite durante as operações conduzidas pelas
forças americanas. Samarra, ao
norte da capital, e Ramadi, a oeste, também foram visadas.
Mas Tikrit, atacada na véspera,
durante a Operação Martelo de
Ferro, segue sendo o maior foco
dos americanos. A cidade, um dos
vértices do Triângulo Sunita, é
considerada o maior bastião do
regime deposto por ser onde foi
criado o ex-ditador Saddam Hussein e o lugar de procedência de
grande parte de seus assessores.
A cidade em que Saddam nasceu, Awja, está cercada, protegida
por sacos de areia, barricadas e
com a entrada guardada por soldados. Apenas quem porta um
cartão de identificação emitido
pelas forças de ocupação pode entrar e sair da cidade.
Ontem, uma milícia chamada
Exército de Muhammad reivindicou a autoria do ataque que abateu um helicóptero em Fallujah
(oeste) no última dia 2, matando
16 soldados americanos, e do assassinato de Aquila al Hashimi,
membro do Conselho de Governo Iraquiano, em setembro.
Em uma fita de vídeo transmitida pela TV libanesa Al Hayat-ABC, o grupo ameaçou promover
outros ataques "caso os EUA não
deixem o país em 15 dias".
"Sob controle"
O secretário de Estado americano, Colin Powell, afirmou, durante uma viagem a Bruxelas, que a
situação de segurança no Iraque
deve estar "sob controle" até junho, data marcada para a Autoridade Provisória da Coalizão
transferir o poder aos iraquianos,
e atribuiu os ataques a membros
do regime deposto.
"Estou confiante na capacidade
militar da coalizão e dos iraquianos. Acreditamos que a situação
de segurança venha a estar sob
controle até o governo interino
iraquiano assumir, em junho [de
2004]", declarou.
Powell também afirmou que esperava que o secretário-geral da
ONU, Kofi Annan, enviasse um
novo representante especial a
Bagdá para substituir o brasileiro
Sérgio Vieira de Mello, morto em
um atentado à sede da ONU em
agosto. Annan prometeu anunciar um substituto em breve.
Com agências internacionais
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