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São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Tropas americanas alvejam posições dos insurgentes no noroeste, usando caças, helicópteros e tanques

EUA fazem o maior ataque do pós-guerra

DA REDAÇÃO

Os EUA realizaram ontem o maior bombardeio aéreo no Iraque desde que o presidente George W. Bush anunciou o fim dos principais combates, em 1º de maio. Os alvos foram supostas posições da resistência iraquiana no noroeste do país. Não há informações sobre mortos.
A retomada das operações militares mais ostensivas no Iraque é a resposta americana ao crescente número de ataques sofridos por suas tropas nas últimas semanas -desde o anúncio de Bush, o país sofreu 179 baixas em ações hostis. Ontem, o comando dos EUA anunciou a morte de um civil americano em um ataque na véspera em Bagdá, sem dar detalhes.
Um dos alvos dos bombardeios foi Baquba, 50 km a nordeste de Bagdá. Usando bombas de até 225 kg, caças, helicópteros e tanques, os americanos explodiram prédios abandonados e muros, além de destruírem árvores, ao longo de uma estrada que ficou conhecida como "Corredor das Granadas-Foguetes", tantos foram os ataques sofridos pelos EUA ali.
"Já havíamos atacado esses alvos antes, mas isso serviu para mostrar mais uma vez que temos grande poder de fogo e que podemos usá-lo a nosso critério", disse o coronel Mark Young, da 4ª Divisão de Infantaria.
Em Bagdá, dezenas de explosões foram ouvidas à noite durante as operações conduzidas pelas forças americanas. Samarra, ao norte da capital, e Ramadi, a oeste, também foram visadas.
Mas Tikrit, atacada na véspera, durante a Operação Martelo de Ferro, segue sendo o maior foco dos americanos. A cidade, um dos vértices do Triângulo Sunita, é considerada o maior bastião do regime deposto por ser onde foi criado o ex-ditador Saddam Hussein e o lugar de procedência de grande parte de seus assessores.
A cidade em que Saddam nasceu, Awja, está cercada, protegida por sacos de areia, barricadas e com a entrada guardada por soldados. Apenas quem porta um cartão de identificação emitido pelas forças de ocupação pode entrar e sair da cidade.
Ontem, uma milícia chamada Exército de Muhammad reivindicou a autoria do ataque que abateu um helicóptero em Fallujah (oeste) no última dia 2, matando 16 soldados americanos, e do assassinato de Aquila al Hashimi, membro do Conselho de Governo Iraquiano, em setembro.
Em uma fita de vídeo transmitida pela TV libanesa Al Hayat-ABC, o grupo ameaçou promover outros ataques "caso os EUA não deixem o país em 15 dias".

"Sob controle"
O secretário de Estado americano, Colin Powell, afirmou, durante uma viagem a Bruxelas, que a situação de segurança no Iraque deve estar "sob controle" até junho, data marcada para a Autoridade Provisória da Coalizão transferir o poder aos iraquianos, e atribuiu os ataques a membros do regime deposto.
"Estou confiante na capacidade militar da coalizão e dos iraquianos. Acreditamos que a situação de segurança venha a estar sob controle até o governo interino iraquiano assumir, em junho [de 2004]", declarou.
Powell também afirmou que esperava que o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, enviasse um novo representante especial a Bagdá para substituir o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morto em um atentado à sede da ONU em agosto. Annan prometeu anunciar um substituto em breve.


Com agências internacionais

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