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Obama desiste de prazo para Guantánamo
Americano declara que não conseguirá fechar prisão até janeiro, como prometido, e evita estipular nova data-limite
Democrata responde aos críticos da ida de detentos para julgamento em Nova York, dizendo que aplicação da pena de morte os calará
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou ontem
pela primeira vez que não conseguirá fechar a prisão de
Guantánamo, em Cuba, até janeiro de 2010, prazo estipulado
por ele no dia 22 de janeiro, logo após assumir o cargo.
Obama atribuiu o atraso à
morosidade de Washington,
mas o reconhecimento de que a
data inicial se tornou impraticável deve dar mais fôlego às
críticas de que promete mais do
que pode cumprir.
A decisão de fechar a prisão
destinada aos presos da "guerra
ao terror" logo após chegar à
Presidência simbolizou um
corte em relação às políticas do
antecessor George W. Bush.
"Tínhamos um prazo final
específico, que foi perdido",
disse o presidente em entrevista à NBC em Pequim, durante
seu giro por países asiáticos.
Ele se recusou a dar uma nova
data específica, mas disse que a
prisão deverá ser fechada em
2010. "Estamos no caminho de
um processo em que eu poderia
antecipar que Guantánamo será fechada no próximo ano",
disse em entrevista à Fox.
O caminho para o fechamento da prisão requer que os cerca
de 200 presos de Guantánamo
sejam enviados para seus países, libertados, transferidos para outros países ou para outras
prisões nos EUA, um processo
lento e complicado.
Moradores de localidades para onde os presos poderiam ser
transferidos e representantes
da oposição no Congresso têm
se manifestado contra as hipóteses oferecidas pelo governo.
A última opção citada é a prisão
de segurança máxima Thomson, em Illinois.
Na semana passada, o conselheiro da Casa Branca responsável pela proposta de fechamento de Guantánamo, Gregory Craig, anunciou que estava deixando o cargo.
O presidente defendeu, também em entrevistas para a TV, a
decisão de processar Khalid
Shaikh Mohammed, autoproclamado "cérebro" do ataque
de 11 de setembro de 2001, em
Nova York. Segundo Obama, o
descontentamento com o julgamento civil vai desaparecer
"quando ele for condenado e
quando a pena de morte for
aplicada a ele". Outros quatro
suspeitos de participação no
ataque deverão ser julgados em
Nova York.
"Tenho confiança no povo
americano e em suas tradições
legais e nos promotores de Nova York especializados em terrorismo", disse.
O secretário da Justiça, Eric
Holder, disse à Comissão Judiciária do Senado que o país não
precisa se acovardar na presença do inimigo.
Já o senador republicano
John McCain, derrotado por
Obama em 2008, criticou a decisão de julgar os suspeitos em
Nova York. Disse que ela dá
uma mensagem pouco clara sobre a determinação do país na
luta contra o terrorismo.
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