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Premiê da China diz que não existe G2 com os EUA
Declaração de Wen chega ao fim de visita de Obama
Jason Reed/Reuters
![](../images/e1911200901.jpg) |
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Obama visita a Muralha da China
DE PEQUIM
Em encontro com o presidente americano Barack Obama, o premiê chinês, Wen Jiabao, disse ontem que discorda
da existência de um G2, uma
cúpula de fato formada pelas
duas superpotências.
"A China é um país em desenvolvimento com uma população enorme e ainda tem um
longo caminho por percorrer
até se tornar moderna", disse.
"Sempre devemos nos manter sóbrios sobre isso. A China
quer ter uma política externa
independente de paz, sem se
alinhar com qualquer país ou
bloco", continuou, segundo relato do jornal "China Daily".
"Assuntos globais devem ser
decididos por todas as nações
do mundo, melhor do que um
ou dois países", completou.
Apesar da declaração, os dois
líderes voltaram a dizer que a
relação China-EUA tem impacto global nos principais temas
da agência internacional.
Obama disse que as relações
entre os dois países são de "importância global" e que a cooperação entre Washington e
Pequim é crucial em temas variados, da recuperação econômica e mudanças climáticas até
a paz mundial.
O americano disse que os
dois países deveriam abandonar desconfiança e incompreensão e fortalecer o intercâmbio e a cooperação.
Para Wen, a relação sino-americana "pode ter um papel
único em avançar o estabelecimento de uma nova ordem política e econômica, assim como
promover a paz mundial, a estabilidade e a prosperidade".
Obama e Wen também repetiram as divergências entre os
dois países. Wen afirmou que a
China não persegue superavit
com os EUA e disse que os americanos poderiam aumentar
suas exportações aos chineses
se liberassem a exportação de
produtos de alta tecnologia e
que ambos países deveriam lutar contra o protecionismo em
comércio e investimento.
Já Obama disse que os EUA
apreciam os esforços chineses
de ajustar sua estrutura econômica, de promover o consumo
doméstico, defender os direitos
de propriedade intelectual e reformar o regime de câmbio da
moeda chinesa, o yuan.
Obama e Wen discutiram
também a situação da Coreia
do Norte, mudanças climáticas
e o Oriente Médio. À tarde,
Obama visitou a Grande Muralha, antes de rumar a Seul, última parada de seu giro asiático.
"Obama quis deixar suas posições econômicas e políticas
bem claras e ter mais detalhes
sobre as intenções de Pequim.
Ainda é um estágio inicial das
discussões, os dois lados se tatearam", disse à Folha o cientista político Russell Leigh Moses, mestre pela Universidade
de Nanquim.
"A agenda é de altíssimo nível, em compromisso estratégico e econômico, e o tema dos
direitos humanos ficou de lado", diz. Sobre a censura que
Obama sofreu, Moses acredita
que "os chineses tentaram controlar a viagem e os americanos
tentaram subverter esse esforço, achando que constrangeriam os chineses, mas os chineses não ficaram nada constrangidos".
(RAUL JUSTE LORES)
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