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IRAQUE NA MIRA
Mas, segundo autoridades, isso não deve ser usado como justificativa para declarar guerra ao país unilateralmente
EUA devem dizer que Bagdá violou resolução
DA REDAÇÃO
Os EUA devem declarar hoje
que o Iraque violou uma resolução do Conselho de Segurança
(CS) da ONU ao fornecer uma declaração de armas incompleta.
Mas, segundo autoridades americanas, a medida não deve ser usada como justificativa para declarar uma guerra unilateralmente.
A Casa Branca afirmou ontem
que o secretário de Estado, Colin
Powell, e o embaixador dos EUA
na ONU, John Negroponte, devem emitir hoje a resposta de
Washington ao dossiê de armas
do Iraque. Autoridades disseram
que o presidente George W. Bush
estava preocupado com problemas e omissões na declaração de
12 mil páginas, que elas afirmam
não revelar todos os supostos
programas químicos, biológicos e
nucleares de Bagdá, como exigia a
resolução da ONU.
"Essa era a última chance de
Saddam [Hussein, o ditador iraquiano"", disse o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer. "O presidente está preocupado com o fracasso do Iraque em listar informações nesse documento. Está
preocupado com omissões."
Powell afirmou não estar otimista a respeito da possibilidade
de o Iraque se desarmar, mas que
os EUA trabalhariam com o CS
para decidir o que fazer.
"Nossa análise mostra problemas na declaração -lacunas,
omissões-, e tudo isso é problemático. De acordo com minhas
conversas com outros membros
permanentes do CS, sinto que eles
também vêem deficiências", disse
Powell. "Mas permaneceremos
dentro do processo da ONU e
compartilharemos nossa análise
com outros membros do CS e discutiremos como avançar nas próximas semanas."
Bush se reuniu ontem com seu
Conselho de Segurança Nacional
para debater se o Iraque deve ou
não ser considerado em "violação" de suas obrigações.
Os EUA estão mobilizando uma
poderosa força militar na região
do golfo Pérsico para o caso de
Bush -que já disse que gostaria
de ver Saddam deposto- decidir
declarar guerra ao Iraque.
Powell e Negroponte podem declarar Bagdá em violação da resolução ainda hoje, depois que o
chefe dos inspetores de armas da
ONU, Hans Blix, fizer uma apresentação sobre a declaração aos 15
membros do CS -EUA, Rússia,
Reino Unido, China e França são
membros permanentes.
Mas eles não devem dizer que a
violação é uma justificativa para
uma guerra imediata, afirmaram.
Isso daria mais tempo aos inspetores de armas e para a montagem
de uma coalizão contra Bagdá.
O chanceler britânico, Jack
Straw, afirmou ontem que a declaração tinha "omissões óbvias"
e que não se deve acreditar na alegação de Saddam de que o Iraque
não possui armas proibidas. "Isso
não engana ninguém", disse.
Mas a França reiterou sua posição de que apenas o CS pode decidir qual atitude tomar se os inspetores determinarem que o Iraque
está violando a resolução. "Caberá ao CS e apenas ao CS tirar todas
as conclusões", disse o chanceler
francês, Dominique de Villepin.
A resolução 1441 do CS, aprovada em novembro, exige que o Iraque revele e suspenda seus programas de armas de destruição
em massa ou enfrente "sérias consequências" -expressão interpretada pela comunidade internacional e analistas como guerra.
Bagdá, que nega ter armas nucleares, biológicas ou químicas,
apresentou a declaração à ONU
no início deste mês.
Diplomatas dos EUA e da ONU
já haviam afirmado que um exame preliminar sugeria que o Iraque não declarara agentes químicos e nucleares e não explicara
por que teria pesquisado tecnologia nuclear em anos recentes.
No Iraque, inspetores da ONU,
iniciando a sua quarta semana de
buscas pelas supostas armas, inspecionaram nove locais suspeitos.
Treinamento
O governo da Hungria autorizou ontem os EUA a treinarem
até 3.000 iraquianos para funções
burocráticas a partir de janeiro na
base militar de Taszar (região sul),
que poderão ser utilizados em um
possível novo governo do Iraque
caso Saddam seja deposto.
Com agências internacionais
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