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Hamas anuncia fim da trégua com Israel
Grupo alega que israelenses desrespeitaram trato; para Israel, decisão decorre de pressões externas
DA REDAÇÃO
O grupo islâmico Hamas, que
controla a faixa de Gaza há mais
de um ano, deu ontem por encerrada a trégua acertada em
junho com Israel.
O anúncio foi feito um dia antes do fim do prazo estipulado
para o fim do acordo, que havia
sido mediado pelo Egito e tinha
duração de seis meses.
"Não há possibilidade de renovação da trégua com Israel.
O inimigo sionista a destruiu.
Temos agora o direito de responder a qualquer agressão sionista contra o povo palestino",
disse um porta-voz do Hamas.
O representante alegou que
Israel não respeitou a promessa de suspender os ataques e levantar o bloqueio imposto a
Gaza desde junho de 2007,
quando o Hamas expulsou do
território o Fatah, do presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, que governa a Cisjordânia.
Israel reforçou o cerco a Gaza
no início deste ano.
Pelo acordo, o grupo islâmico
deveria cessar os ataques com
mísseis contra o território israelense -os disparos continuaram esporadicamente.
O fim da trégua foi anunciado
após encontro em Gaza entre o
Hamas e outras facções palestinas -Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP),
Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP) e
Jihad Islâmica- que endossaram o término do pacto.
Israel afirmou que o acordo é
do interesse dos palestinos e
exortou o Hamas a mantê-lo
por prazo indeterminado.
Autoridades israelenses também insinuaram que o fim da
trégua resulta de pressões externas sobre o grupo, considerado terrorista por Israel, pelos
EUA e pela União Européia.
"Se o Hamas preferir a violência ao cessar-fogo, então devemos nos perguntar se [o grupo] age de acordo com os interesses de seu povo ou interesses estrangeiros", questionou
um porta-voz israelense, numa
menção implícita a Síria e Irã,
que financiam o grupo.
O ministro da Defesa, Ehud
Barak, disse que o disparo de
foguetes é "inaceitável", mas
não revelou se o Exército israelense já está planejando uma
ofensiva contra o território.
As tensões entre Israel e o
Hamas haviam diminuído nos
primeiros quatro meses da trégua, que ficou estremecida em
novembro, quando um bombardeio para destruir um túnel
supostamente construído para
seqüestrar soldados israelenses gerou reação do Hamas, que
voltou a disparar foguetes para
o território vizinho.
O anúncio do Hamas coincidiu com o embarque de Abbas
para Washington, onde será recebido hoje pelo presidente
George W. Bush.
Com agências internacionais
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