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Salto capitalista começou em 78
de Pequim
Deng Xiaoping, com a implantação de suas reformas, transformou
a paisagem da economia chinesa.
Começou pela agricultura: desmontou as fazendas coletivas e
criou o "sistema familiar de responsabilidade", ou seja, premiava
os camponeses com autonomia
para dirigir plantações em escalas
menores e acumular lucros.
O líder chinês aprendeu a tese
maoísta de que a "revolução vinha do campo", sobretudo num
país agrário como a China. Por isso, iniciou, no final dos anos 70, as
reformas pela agricultura.
Mas o "salto ao capitalismo" de
Deng previa ainda acelerar a industrialização da China e a abertura ao investimento estrangeiro.
Entre 1979 e 1993, a economia chinesa cresceu a uma média anual de
9%. Em 1996, a taxa ficou em 9,7%.
O cardápio de idéias de Deng
trouxe as "zonas econômicas especiais". Correspondem a cinco
cidades, como Shenzhen e Zhuhai,
localizadas na região costeira da
China e que oferecem incentivos
fiscais aos investidores estrangeiros, tornando-se uma dos principais motores do crescimento industrial chinês.
Além de menos impostos, a China, país mais populoso do planeta,
também oferece ao investidor estrangeiro uma mão-de-obra barata, muitas vezes obrigada a trabalhar em condições precárias.
Para a estratégia de Deng, o capital estrangeiro funcionaria como
importante gerador de empregos e
transformaria a China num pólo
exportador. Em 1990, o volume do
comércio exterior tinha mais do
que triplicado em comparação
com o início das reformas, em
1978. Produtos chineses inundaram mercados mundiais.
As mudanças econômicas também trouxeram bancos estrangeiros e Bolsas de Valores. A China
abriga mais de 210 instituições
bancárias internacionais e duas
Bolsas, em Xangai (leste) e Shenzhen (sul).
A China de Deng também testemunha diferenças sociais impensáveis nos tempos maoístas.
Os novos-ricos chineses têm
atualmente acesso a cartões de crédito, campos de golfe e um padrão
de consumo sofisticado para um
país com cerca de 60 milhões de
pessoas que vivem abaixo da linha
de pobreza (de um total de 1,2 bilhão), segundo dados do governo.
Mas o acesso ao consumo também se democratizou na era Deng.
Nas grandes cidades chinesas,
mais de 80% das casas contam
com aparelho de TV em cores.
(JS)
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