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Líder aprovou massacre de 89
de Pequim
Deng Xiaoping patrocinou em
1989 um dos momentos mais sangrentos da repressão do regime comunista chinês. Sob seu comando,
tropas chinesas reprimiram o movimento pró-democracia da praça
Tiananmen, em Pequim, e deixaram um saldo de cerca de mil mortos, segundo entidades pró-direitos humanos.
O governo chinês diz que "apenas cerca de 200 pessoas" morreram numa ação planejada para livrar o país de uma "rebelião contra-revolucionária".
Os protestos foram desencadeados pela morte de Hu Yaobang, a
15 de abril de 1989. Dois anos antes, Hu havia sido afastado do cargo de secretário-geral do PC sob a
acusação de ser "muito liberal".
Estudantes da Universidade de
Pequim queriam que Hu fosse enterrado com honras oficiais, numa
homenagem que assustava a cúpula do Partido Comunista.
O protesto estudantil cresceu
com velocidade, empurrado pelo
descontentamento provocado pela crescente inflação e por reivindicações de melhoria do ensino.
Deng foi pego de surpresa pela
maré estudantil. Sua preocupação
aumentava com as notícias que
chegavam da Europa: regimes comunistas ruíam diante de manifestações de rua.
A 17 de abril, 40 mil pessoas já
ocupavam a praça Tiananmen
(Paz Celestial). Os protestos cresciam, para se tornarem o maior
desafio ao Partido Comunista desde sua chegada ao poder, em 1949.
O governo estava dividido. O secretário-geral do PC, Zhao Ziyang,
defendia a negociação com os estudantes, enquanto o premiê Li
Peng propunha uma política de
menor flexibilidade.
Deng Xiaoping, como líder principal, seria o fiel da balança. A 15
de maio, ele amargou a derrota de
não poder oferecer ao presidente
soviético, Mikhail Gorbatchov, a
tradicional cerimônia de recepção
em Tiananmen. A praça estava
ocupada por 400 mil pessoas.
No final de maio, Deng passou a
se dedicar a costurar o apoio de comandantes militares para a operação que entraria para a história como o massacre de Tiananmen.
A 29 de maio, as primeiras tropas
despontaram nas ruas próximas à
praça. No dia 3 de junho, Tiananmen abrigava cerca de 1 milhão de
manifestantes.
Deng Xiaoping aprovou o início
da repressão. O avanço das tropas
começou na madrugada de 4 de junho, terminando com 48 dias de
desafio ao poder comunista.
(JS)
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