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São Paulo, quinta-feira, 20 de fevereiro de 2003

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TRAGÉDIA

Todos os passageiros eram soldados da Guarda Revolucionária iraniana; mau tempo pode ter causado o acidente

Queda de avião militar no Irã mata 302

DA REDAÇÃO

Um avião militar iraniano com 302 pessoas a bordo caiu ontem no sul do país. Segundo a agência oficial Irna, não há sobreviventes.
O avião havia saído da cidade de Zahedan, perto da fronteira com o Paquistão, em direção a Kerman, cerca de 800 km ao sul de Teerã. Ele caiu em uma área montanhosa próxima à cidade de Shahdad quando estava a apenas 80 km de seu destino.
Segundo a notícia divulgada pela TV, o avião, um Antonov de fabricação russa, perdeu contato com a torre de controle do aeroporto de Kerman por volta das 17h30 (11h em Brasília).
Segundo a Irna, os passageiros do avião eram membros da Guarda Revolucionária. Uma fonte anônima disse que os militares haviam visitado a região da Província de Sistan-Baluchestan, no leste do país, para uma "tarefa especial". A Guarda Revolucionária é considerada a defensora do regime islâmico iraniano.
Um funcionário do governo afirmou que o mau tempo na região parecia a causa mais provável do acidente. Diversas regiões do Irã foram atingidas desde anteontem por uma forte nevasca, incluindo a cidade de Zahedan, onde não nevava havia três anos.
Não havia até o final desta edição mais detalhes sobre a queda.
O governo divulgou um comunicado oferecendo condolências para os parentes das vítimas.
Os iranianos estavam se preparando para um feriado religioso islâmico hoje, a festa de Velayat, que comemora a data na qual os xiitas acreditam que o profeta Muhammad apontou seu genro, Ali, como seu sucessor.

Série
O acidente de ontem foi o último de uma série de tragédias aéreas no Irã, a maioria envolvendo aeronaves russas.
No dia 23 de dezembro, um Antonov-140 ucraniano bateu em uma montanha ao se preparar para pousar no aeroporto de Isfahan, no centro do país, matando os seus 46 ocupantes.
Após esse acidente, o ministro dos Transportes, Ahmad Khorram, afirmou que a indústria aérea iraniana estava sofrendo pelas sanções econômicas impostas pelos EUA e advertiu que haveria mais desastres se as sanções para a compra de aviões fabricados nos EUA não fossem suspensas.
Em fevereiro do ano passado, um Tupolev-154 caiu em uma montanha com neve perto de seu destino, em Khorramabad, 370 km ao sul de Teerã. Em maio de 2001, um YAK-40, também de fabricação russa, caiu no norte do país, matando 30 pessoas, incluindo o então ministro dos Transportes, Rahman Dadman.
Desde a Revolução Islâmica de 1979, o Irã tem sido obrigado a trocar sua frota antiga de aviões Boeing por aeronaves usadas compradas de países da antiga União Soviética devido ao boicote americano.


Com agências internacionais


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