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TRAGÉDIA
Todos os passageiros eram soldados da Guarda Revolucionária iraniana; mau tempo pode ter causado o acidente
Queda de avião militar no Irã mata 302
DA REDAÇÃO
Um avião militar iraniano com
302 pessoas a bordo caiu ontem
no sul do país. Segundo a agência
oficial Irna, não há sobreviventes.
O avião havia saído da cidade de
Zahedan, perto da fronteira com
o Paquistão, em direção a Kerman, cerca de 800 km ao sul de
Teerã. Ele caiu em uma área montanhosa próxima à cidade de
Shahdad quando estava a apenas
80 km de seu destino.
Segundo a notícia divulgada pela TV, o avião, um Antonov de fabricação russa, perdeu contato
com a torre de controle do aeroporto de Kerman por volta das
17h30 (11h em Brasília).
Segundo a Irna, os passageiros
do avião eram membros da Guarda Revolucionária. Uma fonte
anônima disse que os militares
haviam visitado a região da Província de Sistan-Baluchestan, no
leste do país, para uma "tarefa especial". A Guarda Revolucionária
é considerada a defensora do regime islâmico iraniano.
Um funcionário do governo
afirmou que o mau tempo na região parecia a causa mais provável do acidente. Diversas regiões
do Irã foram atingidas desde anteontem por uma forte nevasca,
incluindo a cidade de Zahedan,
onde não nevava havia três anos.
Não havia até o final desta edição mais detalhes sobre a queda.
O governo divulgou um comunicado oferecendo condolências
para os parentes das vítimas.
Os iranianos estavam se preparando para um feriado religioso
islâmico hoje, a festa de Velayat,
que comemora a data na qual os
xiitas acreditam que o profeta
Muhammad apontou seu genro,
Ali, como seu sucessor.
Série
O acidente de ontem foi o último de uma série de tragédias aéreas no Irã, a maioria envolvendo
aeronaves russas.
No dia 23 de dezembro, um Antonov-140 ucraniano bateu em
uma montanha ao se preparar para pousar no aeroporto de Isfahan, no centro do país, matando
os seus 46 ocupantes.
Após esse acidente, o ministro
dos Transportes, Ahmad Khorram, afirmou que a indústria aérea iraniana estava sofrendo pelas
sanções econômicas impostas pelos EUA e advertiu que haveria
mais desastres se as sanções para
a compra de aviões fabricados nos
EUA não fossem suspensas.
Em fevereiro do ano passado,
um Tupolev-154 caiu em uma
montanha com neve perto de seu
destino, em Khorramabad, 370
km ao sul de Teerã. Em maio de
2001, um YAK-40, também de fabricação russa, caiu no norte do
país, matando 30 pessoas, incluindo o então ministro dos
Transportes, Rahman Dadman.
Desde a Revolução Islâmica de
1979, o Irã tem sido obrigado a
trocar sua frota antiga de aviões
Boeing por aeronaves usadas
compradas de países da antiga
União Soviética devido ao boicote
americano.
Com agências internacionais
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