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São Paulo, quinta-feira, 20 de fevereiro de 2003

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ORIENTE MÉDIO

11 morreram em incursão de Israel em Gaza de madrugada; palestinos respondem com disparos de mísseis

Onda de violência deixa 14 palestinos mortos

Hatem Moussa/Associated Press
Palestinos rezam ao lado dos corpos de militantes mortos ontem em incursão israelense em Gaza


DA REDAÇÃO

Ao menos 14 palestinos morreram ontem na faixa de Gaza e na Cisjordânia, em uma nova escalada de violência na região. Durante a madrugada, ao menos 11 pessoas morreram e 27 ficaram feridas em uma grande incursão do Exército israelense em Gaza.
Entre os mortos estavam um membro do grupo extremista islâmico Hamas que se explodiu perto de um tanque e três pessoas de uma mesma família que tiveram dinamitada sua casa, onde havia uma fundição usada supostamente para fabricar armas.
Os palestinos responderam com o disparo de uma série de pequenos foguetes em direção à cidade de Sderot, ferindo com gravidade um civil israelense.
O Exército bloqueou a principal estrada de Gaza em dois pontos, cortando o território em três pedaços isolados. Também houve uma incursão em Nablus, na Cisjordânia. Segundo testemunhas, dois palestinos foram mortos, e os soldados impuseram um toque de recolher no centro antigo.
Mais tarde, um carro explodiu em Jenin, outra cidade da Cisjordânia, matando um membro do Fatah, grupo político do líder palestino Iasser Arafat, e ferindo outras três pessoas. As causas da explosão não estavam claras.
Ao menos 25 palestinos já morreram por causa da violência desde sábado, quando palestinos explodiram um tanque israelense, matando quatro soldados.
Israel diz que as incursões visam combater o terror. "A liderança palestina deve decidir: estão combatendo o terrorismo ou apoiando o terrorismo?", disse um porta-voz da Chancelaria.
A Autoridade Nacional Palestina (ANP) pediu à ONU que condenasse as incursões israelenses. "Já é hora de o Conselho de Segurança condenar o massacre de civis palestinos", disse comunicado da ANP. "O governo israelense aproveita a situação internacional para cometer crimes de guerra contra o povo palestino."
A onda de violência ameaça os esforços para um acordo de cessar-fogo após quase 29 meses de Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense). Ao menos 1.854 palestinos e 705 israelenses já foram mortos no período.
Segundo funcionários da ANP, as incursões israelenses prejudicam os esforços diplomáticos para reavivar as negociações de paz, incluindo conversações em Londres sobre reformas na ANP demandadas por países ocidentais.
Cerca de 60 mil pessoas participaram ontem de um funeral coletivo em Gaza, prometendo vingança. O xeque Ahmed Yassin, fundador do Hamas, afirmou: "O inimigo pagará o preço por seus crimes e nunca escapará de punição".

Máscaras de gás
As autoridades israelenses começaram ontem a distribuir máscaras de gás para cerca de 300 mil trabalhadores estrangeiros para o caso de uma ação militar dos EUA contra o Iraque provocar um ataque de Bagdá contra Israel.
Israel vem fazendo intensas preparações diante de um possível ataque iraquiano com armas químicas ou biológicas. Durante a Guerra do Golfo, em 1991, o Iraque disparou 39 mísseis Scud com ogivas convencionais contra Israel, causando grandes danos materiais, mas poucas vítimas.

Com agências internacionais


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