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PROLIFERAÇÃO
Teerã não havia informado inspetores da ONU sobre as centrífugas avançadas para enriquecer urânio
ONU localiza no Irã peça nuclear suspeita
DA REDAÇÃO
Inspetores da AIEA (Agência
Internacional de Energia Atômica), órgão da ONU para o combate à proliferação nuclear, encontraram numa base militar iraniana um modelo avançado de centrífuga construído para o enriquecimento de urânio.
O equipamento não havia sido
previamente declarado à agência,
o que de imediato reavivou o temor de que o país esteja produzindo combustível para fins militares. "O fato de os iranianos terem centrífugas de projeto mais
avançado reforça nossa antiga
preocupação", disse o porta-voz
da Casa Branca, Scott McClellan.
Em Teerã, o governo nega que o
equipamento integre um projeto
clandestino para a produção de
bombas. "As atividades nucleares
iranianas são inteiramente pacíficas. Não temos e nem teremos
projetos militares", disse o porta-voz do ministério das Relações
Exteriores, Hamid Reza Asefi.
Não há, no entanto, simples
confronto de declarações contraditórias. O equipamento localizado numa base aérea não fora declarado à agência em outubro,
quando o regime iraniano aceitou
inspeções de suas instalações e
entregou uma lista de equipamentos supostamente usados para seu programa de termelétricas.
"Essas centrífugas não foram
listadas e deveriam ter sido", disse
um diplomata à agência Reuters,
em Viena, sede da AIEA.
O jornal "USA Today" informara ontem que inspetores da ONU
haviam feito descobertas inesperadas. Segundo o jornal, peças das
centrífugas seriam transportadas
a Viena para vistoria.
É preciso ainda saber o grau de
enriquecimento de urânio que o
equipamento produziu. Uma
centrífuga que obtenha só 5% de
isótopos 235 estará fabricando
combustível para usinas atômicas
que produzem eletricidade. Mas
quando esses isótopos chegam a
80% já se tem o plutônio, usado
para construir bombas nucleares.
A impressão de que o Irã possa
ter mentido à AIEA deixa a ONU
de sobreaviso. Para punir o país
em nome da comunidade internacional, o Conselho de Segurança poderia adotar sanções.
Os EUA não mantêm relações
econômicas com Teerã, mas não
têm conseguido impedir que terceiros comercializem com o regime islâmico. Ainda nesta semana,
o Japão anunciou um contrato de
US$ 2 bilhões para a exploração
de reservas petrolíferas iranianas.
Por sua vez, a Rússia disse que
continuaria a fornecer ao Irã urânio enriquecido para "fins civis".
Com agências internacionais
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