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A IGREJA E OS MILITARES
Atuação divide chilenos
da Reportagem Local
Existem visões distintas sobre a atuação da Igreja Católica
durante o pontificado de João
Paulo 2º em relação ao regime
militar chileno (1973-90).
"Após o golpe, a igreja foi
muito atuante e chegou a oferecer assistência jurídica aos perseguidos pelo regime", disse à
Folha o professor da Universidade de Arte e Ciências Sociais
de Santiago, Jacques Chonchol.
"Depois que João Paulo 2º se
tornou papa, em 78, a igreja
deixou de ter um papel central
na denúncia de violações aos
direitos humanos", diz.
Mas, segundo a jornalista Elia
Simeone, do jornal "El Mercurio", a instituição teve atuação
fundamental no processo que
levou à transição democrática
nos anos 80.
"Em 87, a igreja foi a principal promotora do acordo nacional, que reuniu políticos governistas e de oposição em busca de uma reconciliação", afirmou Simeone.
"Nesse ano, o papa visitou o
Chile, se reuniu com os políticos que participavam do acordo e fez uma exortação genérica à reconciliação", diz.
A missa de João Paulo 2º em
Santiago, no entanto, foi marcada por protestos com cerca
de 600 feridos, e seu encontro
com o general Pinochet foi
considerado por críticos do regime como uma "benção papal
ao ditador".
(OTÁVIO DIAS)
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