São Paulo, Sábado, 20 de Fevereiro de 1999
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A IGREJA E OS MILITARES
Atuação divide chilenos

da Reportagem Local

Existem visões distintas sobre a atuação da Igreja Católica durante o pontificado de João Paulo 2º em relação ao regime militar chileno (1973-90).
"Após o golpe, a igreja foi muito atuante e chegou a oferecer assistência jurídica aos perseguidos pelo regime", disse à Folha o professor da Universidade de Arte e Ciências Sociais de Santiago, Jacques Chonchol.
"Depois que João Paulo 2º se tornou papa, em 78, a igreja deixou de ter um papel central na denúncia de violações aos direitos humanos", diz.
Mas, segundo a jornalista Elia Simeone, do jornal "El Mercurio", a instituição teve atuação fundamental no processo que levou à transição democrática nos anos 80.
"Em 87, a igreja foi a principal promotora do acordo nacional, que reuniu políticos governistas e de oposição em busca de uma reconciliação", afirmou Simeone.
"Nesse ano, o papa visitou o Chile, se reuniu com os políticos que participavam do acordo e fez uma exortação genérica à reconciliação", diz.
A missa de João Paulo 2º em Santiago, no entanto, foi marcada por protestos com cerca de 600 feridos, e seu encontro com o general Pinochet foi considerado por críticos do regime como uma "benção papal ao ditador". (OTÁVIO DIAS)


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