São Paulo, Sábado, 20 de Março de 1999
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TERRORISMO
Presidente sul-africano anuncia decisão em Trípoli
Líbia aceita entregar acusados do atentado de Lockerbie em abril

das agências internacionais

O presidente da África do Sul, Nelson Mandela, disse que a Líbia aceitou entregar, até 6 de abril, dois líbios suspeitos do atentado a bomba a um avião da Pan Am, que caiu em Lockerbie (cidade escocesa), deixando 270 mortos, em 1988.
Mandela fez o anúncio em Trípoli (capital da Líbia), durante uma reunião com o líder do país, Muammar Gaddafi, e Bandar bin Abdul Aziz, enviado saudita.
"O líder (Gaddafi) me encarregou de escolher a data precisa. A Líbia concorda em garantir que os dois suspeitos estejam à disposição do secretário-geral da ONU" até 6 de abril.
O embaixador da Líbia junto às Nações Unidas, Abuzed Omar Dorda, disse que entregou uma carta ao secretário-geral da organização, Kofi Annan, informando sobre a decisão.
A Líbia se recusava a entregar os suspeitos e, por isso, está sob embargo econômico desde 92. Gaddafi afirmava temer que eles não recebessem um julgamento justo nos EUA ou na Escócia.
A África de Sul e a Arábia Saudita participaram de um esforço diplomático para persuadir Gaddafi, Londres e Washington a aceitarem um compromisso de que os suspeitos seriam julgados no território neutro da Holanda, ante um tribunal escocês. "O rei Fahd (da Arábia Saudita) e Mandela me pediram para deixar isso nas mãos deles", disse Gaddafi.
Os EUA e o Reino Unido receberam a notícia com cautela. "Não vamos abaixar a guarda até que os dois homens aterrissem na Holanda", disse o ministro britânico das Relações Exteriores, Robin Cook.
"Hoje é um grande dia", disse Jim Swire, que perdeu a filha de 23 anos no atentado e lidera um grupo de britânicos que perderam familiares na ocasião. "Uma corte criminal adequada para analisar as evidências e decidir se eles são culpados é o que sempre quisemos."


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