São Paulo, terça-feira, 20 de abril de 2004

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IRAQUE OCUPADO

Em troca, marines não atacariam mais a cidade; por telefone, Bush critica Zapatero pela retirada das tropas

EUA exigem deposição de armas em Fallujah

DA REDAÇÃO

As forças de coalizão lideradas pelos EUA anunciaram ontem que cessarão as operações ofensivas contra Fallujah caso os insurgentes iraquianos entocados na cidade entreguem suas armas.
Segundo Dan Senor, porta-voz da administração americana no Iraque, após três dias de conversas, os negociadores que supostamente representam Fallujah concordaram em negociar um cessar-fogo duradouro e efetivo.
Não se sabe até que medida os negociadores serão capazes de influenciar os insurgentes da cidade, estimados entre 1.000 e 2.000 combatentes, que têm enfrentado o cerco de fuzileiros navais norte-americanos nas últimas semanas.
Um alto funcionário da coalizão, porém, disse à agência Reuters que é muito cedo para saber se as negociações com os iraquianos progrediram. "É difícil saber o que é real e o que não é", disse.
De acordo com o Pentágono, 110 soldados americanos foram mortos desde 31 de março. Durante a fase dos grandes combates da Guerra do Iraque, entre os dias 19 de março e 30 de abril do ano passado, período que inclui a tomada de Bagdá, 109 militares americanos morreram.
Centenas de iraquianos também morreram durante a recente onda de violência, sendo que muitos desses eram civis.
Ao mesmo tempo, o comando norte-americano na região da cidade sagrada de Najaf, onde há 2.500 soldados, informou que dará um tempo para conversações antes de qualquer tentativa de entrar na cidade para capturar -ou matar- o clérigo radical xiita Moqtada al Sadr, que lidera uma insurgência contra as forças de ocupação por meio de sua milícia, o Exército Mehdi.
O principal porta-voz militar norte-americano no Iraque, general Mark Kimmitt, disse ontem que as últimas 24 horas haviam sido "notoriamente" tranqüilas, sem o registro de soldados mortos e com um número de ataques bem menor do que a média de 50 por dia das últimas duas semanas.
A rede de TV Iraqiya, financiada pelos EUA, informou ontem que um jornalista e um motorista da empresa foram mortos por forças americanas em Samarra.

Espanha e França
O presidente dos EUA, George W. Bush, criticou ontem o recém-empossado premiê espanhol, José Luiz Rodríguez Zapatero, por ter decidido retirar imediatamente do Iraque seus 1.300 militares.
Segundo a Casa Branca, em conversa telefônica, "Bush expressou seu pesar a Zapatero pela decisão de retirar abruptamente as tropas espanholas do Iraque".
"O presidente pediu que a retirada seja feita de forma coordenada para que não coloque outras forças da coalizão em risco", disse o porta-voz Scott McClellan.
Al Sadr, por por outro lado, elogiou Zapatero ontem.
Sem entrar em detalhes, o chanceler francês, Michel Barnier, disse ontem que a transferência de poder no Iraque depende de duas novas resoluções da ONU.
Em declaração após encontro com o chanceler russo, Serguei Lavrov, Barnier disse que a atuação da missão da ONU no Iraque será decisiva para a transição.


Com agências internacionais


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