|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ORIENTE MÉDIO
Na Síria, líder pede união de árabes e muçulmanos contra os 2 países
Hamas pede luta contra EUA e Israel
DA REDAÇÃO
O chefe das ações políticas do
grupo terrorista palestino Hamas,
Khaled Meshaal, pediu ontem, na
Síria, a união de árabes e muçulmanos para derrotar os Estados
Unidos e Israel. Há mais de 50
países muçulmanos no mundo
-a maioria é não-árabe.
"Nossa batalha tem dois lados.
Um é a maior potência do mundo, os EUA, e o outro, a maior potência na região. Esse é o tamanho
da luta, e só a venceremos se no
outro front estiverem árabes e
muçulmanos", disse Meshaal no
campo de refugiados palestinos
de Al Yarmouk, perto de Damasco, onde o Hamas tem escritório.
Meshaal, que sobreviveu a uma
tentativa de assassinato por Israel
em 1997, afirmou que o grupo terrorista irá se vingar das mortes de
Ahmed Yassin e Abdel Aziz Rantisi. Os dois líderes do Hamas foram mortos em ações ordenadas
pelo governo israelense, em março e no último sábado.
Em Washington, um porta-voz
do Departamento de Estado, Richard Boucher, disse que o governo norte-americano espera que a
Autoridade Nacional Palestina
(ANP) tome medidas contra o
Hamas. "Esperamos que tirem o
Hamas de circulação. A saída [israelense] de Gaza será melhor e
mais suave se o Hamas não estiver
por perto", afirmou Boucher.
Os EUA temem que um agravamento do conflito palestino-israelense prejudique a situação no
Iraque e aumente ainda mais o
sentimento antiamericano na região por causa do forte apoio de
Washington ao governo israelense. O rei Abdullah, da Jordânia,
adiou ontem para o início de
maio o encontro que teria amanhã com o presidente George W.
Bush em Washington por causa
de questões relativas ao processo
de paz israelo-palestino.
Encontro na semana passada
entre Bush e o premiê de Israel,
Ariel Sharon, causou protestos
entre os árabes pelo apoio de
Bush ao israelense.
O Conselho de Segurança da
ONU reuniu-se em caráter emergencial ontem para discutir a ação
em que um helicóptero israelense
disparou dois foguetes no carro
ocupado por Rantisi, no sábado.
Três semanas atrás, os EUA vetaram uma resolução similar que
procurava condenar Israel pela
morte de Yassin com o argumento de que a medida não incluía nenhuma censura aos ataques suicidas patrocinados pelo Hamas.
"Grande prisão"
Em comunicado publicado ontem, após reunião de sua direção,
em Ramallah, a Autoridade Nacional Palestina disse que o plano
de Sharon para Gaza tende a
transformar aquele território
"numa grande prisão".
Segundo o colegiado presidido
por Iasser Arafat, Israel manterá o
controle "sobre as águas territoriais, o espaço aéreo e os acessos
por fronteiras terrestres".
O plano, apoiado na última
quarta-feira pelo presidente dos
EUA, George W. Bush, traz como
contrapartida a manutenção dos
assentamentos de israelenses na
Cisjordânia. O controle da fronteira entre Gaza e o Egito continuaria em mãos de Israel, que não
autorizou a reabertura do aeroporto e do porto locais.
O plano unilateral de Sharon
-que alega ter tomado essa iniciativa por não contar com interlocutores confiáveis no lado palestino- pretende retirar de Gaza
os assentamentos judaicos e suas
forças militares. Convivem hoje
no território 1,3 milhão de palestinos e 7.000 judeus.
O plano será submetido no próximo dia 2 a um referendo entre
os 200 mil filiados ao Likud, partido de Sharon. Ontem, o premiê
recebeu o apoio de Sylvan Shalom, ministro das Relações Exteriores, que até agora se opunha à
retirada dos assentamentos sem
contrapartida palestina.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Iraque ocupado: EUA exigem deposição de armas em Fallujah Próximo Texto: Ásia: Começa na Índia "a maior eleição do mundo" Índice
|