São Paulo, terça, 20 de maio de 1997.



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MISSÃO DE PAZ
Fuzileiro naval morre em provável emboscada de bandoleiros, diz o Emfa; outro militar é ferido nas costas
Soldado brasileiro é morto em Angola

da Sucursal de Brasília

Um soldado brasileiro foi morto e outro ficou ferido em uma emboscada em Angola ocorrida anteontem. Os dois serviam na missão de paz da ONU na ex-colônia portuguesa na África.
O soldado morto é o cabo fuzileiro naval Aladarte Cândido dos Santos. Ele morreu às 9h de ontem (hora local, 5h em Brasília). O cabo do Exército Samuel Sobrinho Correia foi ferido nas costas.
O Emfa (Estado-Maior das Forças Armadas) disse, em comunicado divulgado no início da noite de ontem, que a emboscada foi "provavelmente de bandoleiros angolanos".
Os dois soldados, segundo o Emfa e o Ministério das Relações Exteriores, integravam a escolta militar de um comboio de caminhões que transportava civis angolanos. O ataque ao comboio teria acontecido perto do município de Vila Nova, na Província de Huambo.
O cabo ferido era o motorista do caminhão que transportava a escolta. Ele foi levado para um posto de saúde da Marinha na cidade de Huambo, a capital da Província.
A Folha apurou que ele foi operado e, até as 19h de ontem, ainda estava em observação na UTI. O comunicado do Itamaraty afirmava ontem que ele estava "em situação de saúde estabilizada".
As Forças Armadas brasileiras chegaram a ter 1.130 militares integrados à Unavem 3 (Missão de Verificação das Nações Unidas em Angola), nome oficial da operação de paz da ONU naquele país.
Com o cumprimento progressivo do acordo de paz assinado entre o governo e a oposição, que sustentaram uma guerra civil durante quase 20 anos, a ONU começou uma desmobilização.
O grupo brasileiro hoje é de 800 militares (63 oficiais e 737 praças), principalmente do 42º Batalhão de Infantaria, de Goiânia. Eles estão nas Províncias de Huambo, Kuíto, Bié e Moxico.
Família
Um mensageiro do Exército entrou em contato com a família do cabo Correia, em Minaçu, extremo norte de Goiás, próximo à fronteira com Tocantins. "Sua missão era a de tranquilizar sua mulher", informou o chefe do Estado-Maior da 3ª Brigada. Correia tem dois filhos: uma menina de dois anos e um bebê de dez meses.


Colaborou Lauro Veiga Filho, free-lance para a Agência Folha, em Goiânia


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