São Paulo, terça, 20 de maio de 1997.



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Rebeldes prometem mudar bandeira do país

das agências internacionais

A recém-batizada República Democrática do Congo (ex-Zaire) quer restabelecer a bandeira azul e amarela adotada quando da independência do país em 1960.
Moise Myarugabo, secretário da Aliança das Forças Democráticas para a Libertação do Congo, disse à "Reuter" que o novo governo do país vai mudar a bandeira zairense (fundo verde com uma mão carregando uma tocha em um círculo central).
A nova bandeira, que também é aquela adota pela aliança rebelde, apresenta, sobre um fundo azul, uma estrela grande no centro e seis outras menores, todas da cor amarela. A estrela maior refere-se à unidade do país. As seis estrelas menores representam as Províncias existentes na década de 60. Hoje, o país é dividido em nove Províncias.
A aliança já começou a ostentar a bandeira azul e amarela em prédios públicos e embaixadas.
O novo líder do Estado africano, Laurent Kabila, já havia declarado no sábado ter alterado o nome do país.
Kabila, como que em uma tentativa de apagar os quase 32 anos de domínio mobutista no país, vem cancelando as mudanças de nomes de lugar promovidas por Mobutu Sese Seko na década de 70.
Quando se tornou independente, o Congo Belga passou a se chamar República do Congo. O adjetivo "democrática" foi acrescentado em 1964.
Cerca de sete anos mais tarde, Mobutu, que havia chegado ao poder em 1965, rebatizou rios, cidades e o país e baniu roupas e prenomes europeus.
Confusão
Os habitantes de Brazzaville, capital da vizinha República Popular do Congo, não aprovaram a mudança do nome do país promovida por Kabila. Eles temem que a semelhança entre os nomes provoque confusões de identidade.
Para o banqueiro Basile Nkoua, a alteração "vai dar lugar a confusões". "Estamos ofendidos por dividir um nome com vizinhos que representam valores negativos como roubo e selvageria."
Nkoua disse temer que agora os "tomem por zairenses".
"Que renuncie ao novo nome", disse a estudante de jornalismo Carine Aline Otsou.



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